Pobre governo, pobre educação

Historicamente a educação no Brasil iniciou-se, não sob a forma de transmissão de conhecimento, mas como catequese e doutrina para se implantar – no novo mundo – a religião católica.
De lá para cá, ou seja, de 1500 para os anos 2000 – a bem dizer – pouca coisa mudou, uma vez que se os portugueses, nossos colonizadores, não se preocuparam com a educação, e tão somente com a extração (da madeira, do ouro, do diamante) os seus ascendentes e herdeiros também não tiveram o cuidado em alicerçar a colônia em modelo de prosperidade e desenvolvimento alicerçados no saber.
Do discurso à prática, a distância é bem maior do que os nossos 500 anos de existência. Vivemos aos saltos e ao sabor de políticas públicas niveladas aos interesses dos governantes de plantão e das situações de momento de uma entidade etérea que leva o nome genérico de “mercado”.
E se tudo isso não bastasse, o “mercado” e os políticos mancomunados nos fazem crer que o Brasil tem jeito (ou tem geito?).
É do poeta Carlos Drummond de Andrade, no poema Resíduo o verso que diz: “De tudo ficou um pouco.”
E para nós sobram as migalhas do banquete que os países ricos promovem, mesmo diante da crise.
E por que não recordar a frase de uma amiga francesa, Nicole Meunier, que me disse certa feita: “Você está na Alsácia-Lorena, celeiro e orgulho da França.”
Diriam para nós, os dirigentes universais: “Vocês são o Brasil, celeiro do mundo.” Sim, porque somos e seremos sempre os maiores fornecedores de “commodities” para o mundo: petróleo, minérios, grãos, bois, vacas, frangos, frangas e ovos. E não temos orgulho disso, pois deveríamos ser muito mais.
Na verdade precisamos ter o que poderíamos chamar de “Vergonha Interna” e para mudar esse quadro podemos citar Eduardo Gianetti, economista e administrador, e outros pensadores e analistas sérios: “precisamos investir na educação, pois o cidadão qualificado gera sua própria renda e não precisa das migalhas que caem dos bolsos e bolsas isso ou aquilo”.
E, ainda, para mudar o quadro, é necessário que as nossas cidades – todas – apliquem com esmero e honestidade o dinheiro que é exclusivo para a educação. Para tanto, é necessário que tenhamos dirigentes lúcidos, que conheçam e se empenhem em ver que a educação não é moeda de troca e não é catequese – não estamos em 1500.
A sociedade precisa de dirigentes que saibam realizar mudanças e não meras trocas de postos de comando, como se estivessem numa guarita de um condomínio que continua sem gás.
Isso não satisfaz. É somente um processo de tomar conta e fazer de conta. Para tomar conta basta um vigilante, que saiba ler e escrever para no final do mês assinar o recibo de pagamento do salário, que na verdade também pode ser muito para a função exercida, se a incompetência for um fato consumado.
Nessa cadeia da educação formal, precisamos de dirigentes que pensem a educação com cérebro, com conhecimento e a atenção voltada para uma política que contemple três princípios: o filosófico, o pedagógico e o didático. Senso comum e chavões de efeito não mudam a realidade.
Caso isso não seja levado em conta, dificilmente um sistema educacional tem condições de oferecer à população, que paga a conta com seu trabalho e seus impostos, uma perspectiva de desenvolvimento em educação e via educação.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria, que reúne as empresas do setor, e que interessadas nos problemas, revelam que o maior problema da educação no Brasil é a falta de motivação dos professores, pelos baixos salários. Realidade pura e incontestável.
Se até as sobras do dinheiro do Fundeb – Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica – que deveriam de ser passado para os professores, as prefeituras sonegam, o que pensar dos dirigentes municipais que cometem essa atrocidade.
Não será culpando os educadores que estão em sala de aula – sendo mal-remunerados e tendo que trabalhar em dois turnos, além de serem obrigados a preparar com seu próprio dinheiro material didático para levar para os alunos – que os dirigentes, sabidamente despreparados e com discursos arcaicos na ponta da língua, conseguirão enganar por muito tempo.
Por certo esses dirigentes tornar-se-ão nomes de rua ou de escola, mas não livrarão suas carcaças do registro histórico de época, dos que têm coragem de escrever e dizer o quão danosos foram para a educação.
E o leitor, eleitor e contribuinte há de perguntar e concluir:
Até este mês outubro de 2019, alguns dias depois do Dia do Professor, podemos dizer que nós nunca seremos um país desenvolvido, tendo – por certo – gestores públicos plenos de indigência mental.

Hugo Pontes é professor, poeta e jornalista

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