OPINIÃO – A ética que falta
Hugo Pontes
Professor, poeta e jornalista
O filósofo, escritor e pensador especialista nas atividades lúdicas e políticas nacionais, professor Jomard Muniz de Britto, de Recife, Pernambuco, nos apresentava o poema visual que, passando para uma interpretação linear diz: “procure ver o que há por trás de tudo”.
Por trás de tudo, vírgula. Mas é assim mesmo que devemos analisar todas as circunstâncias que o circo nos oferece como espetáculo que preenche a vida cotidiana de todos nós, o povo.
De apagão à inundação, O povo paga pela corrupção. E vamos, todos, vivendo não por obra e graça dos políticos em seus vários níveis: municipais, estaduais e federais.
“Procure ver o que há por trás de tudo”. É um jogo no tabuleiro de xadrez ou dama. Escolha aquele que você conhece melhor.
Insistimos na frase filosofal do poeta. Acredito que, ao elaborar o curtíssimo texto ele projetava o que o terceiro milênio nos reservaria. Ver o que acontece, hoje, é um privilégio para a minha e outras gerações, pois não acreditávamos que chegaríamos ao ano 2000.
Vimos os nossos avós e pais morrerem tão jovens!
Mas estamos numa nova era. A denominada Era do Acesso (ler o livro, publicado em 2000), assim nomeada pelo escritor Jeremy Rifkin. No entanto, nosso comportamento ainda é a do Barracão da Discórdia, símbolo da incompreensão, da intolerância e incúria dos antigos coronéis dos anos de 1900. A questão talvez não esteja na Era, mas no novo espírito coronelista que baixou nos novos modelos de políticos.
Muitos podem dizer que regredimos. Nada disso. Recebemos uma herança. Um modelo de politicagem que nunca deixaremos que acabe, uma vez que o motivo principal é o “poder a qualquer preço”, sem se levar em conta a sociedade dos homens e que é o povo que paga a conta rindo ou chorando.