Acusado de matar artista poços-caldense e amiga queimadas é julgado em Nova Friburgo

Poços de Caldas, MG – Testemunhas de defesa e acusação estão sendo ouvidas no fórum de Nova Friburgo-RJ, onde, nesta terça-feira (8), Rodrigo Alves Marotti, de 33 anos, engenheiro de produção, é réu em um júri popular, acusado de duplo feminicídio. Na noite de 7 de outubro de 2019, no distrito Mury, em Nova Friburgo, ele agrediu a golpes de tesoura sua ex-namorada, a artista plástica poços-caldense Alessandra Vaz, então com 47 anos. A vítima e a amiga dela, Daniela Mousinho, que tinha a mesma idade, se trancaram então um banheiro, mas Marotti bloqueou a porta do cômodo com um colchão e ateou fogo na casa. As mulheres foram socorridas com vida, mas morreram dias depois.

 

Campanha

“Queremos justiça. Pedimos a pena máxima para Rodrigo Marotti e lutamos para que nenhuma outra mulher morra nas mãos de assassinos cruéis como ele”. A declaração foi feita pela cantora Andresa Vaz, irmã de Alessandra, que esteve à frente de uma grande campanha nas redes socais pedindo pena máxima ao engenheiro

Desde as mortes de Daniela, um dia após o crime, e de Alessandra, três dias depois, as famílias das vítimas se uniram e estão engajadas na campanha que enfatiza a necessidade de medidas efetivas no tocante à violência contra a mulher e pedindo pena máxima ao autor do duplo feminicídio.

 

O crime

Marotti e a artista plástica Alessandra namoraram por cerca de três anos e foram sócios em uma rede de lojas e fábrica de uma marca de roupas que pertencia à poços-caldense. O relacionamento terminou alguns meses antes do crime e os desentendimentos relacionados à sociedade se tornaram frequentes.

Na ocasião do crime, Alessandra estava à noite em casa, no condomínio Parque dos Alpes, no distrito de Mury, na companhia da amiga Daniela, quando o engenheiro invadiu o imóvel. Houve uma briga e a artista plástica chegou ser ferida com golpes de tesoura. Para fugir das agressões, ela e Daniela se trancaram em um banheiro, mas Marotti ateou fogo na casa. Segundo a polícia, ele teria inclusive bloqueado a porta do banheiro com um colchão em chamas para impedir que elas escapassem. Depois, o engenheiro fugiu no carro da ex-namorada, acabando por se acidentar na fuga.

Para a polícia, vizinhos disseram ter ouvido as vítimas gritarem por socorro. Eles acionaram o Corpo de Bombeiros e, mesmo com a casa em chamas, conseguiram tirar as duas mulheres do imóvel. Ambas estavam com, praticamente, todo o corpo queimado e foram levadas em estado grave para o Hospital Municipal Raul Sertã. Posteriormente, Alessandra foi transferida para um hospital particular da cidade e Daniela para o Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, referência no tratamento de queimados, onde faleceu no dia seguinte ao crime. Alessandra seguiu internada em estado grave, falecendo dia 11 de outubro.

O acusado pelos assassinatos foi preso na manhã do dia 9 e, na delegacia, confessou ter ateado fogo na casa com as vítimas dentro. Na ocasião, ele alegou que foi à casa da ex-namorada para cobrar a parte que lhe cabia na sociedade, que discutiram e ele acabou “perdendo a cabeça”.

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