Carnaval é o novo desafio no combate à pandemia, dizem pesquisadores

Poços de Caldas, MG – O panorama apontado pelos pesquisadores na edição nº 60 do boletim Indcovid, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), é que há uma semana houve uma inflexão para baixo da curva epidêmica. Nesse período, embora ainda em níveis altíssimos, a média móvel vem caindo. “No ritmo observado pode-se supor que ao final de fevereiro e início de março voltaremos aos níveis de fim de dezembro de 2021, quando começou a escalada da variante Ômicron. Contudo, temos um desafio pela frente: o carnaval”. Embora com a vacinação avançando e mais pessoas tendo sido contagiadas, a oportunidade de espalhamento do vírus a partir do feriado de carnaval pode significar uma retomada do aumento de casos. “Além disso, o relaxamento de medidas de prevenção pode facilitar o espalhamento do vírus entre as crianças, que estão voltando às escolas e ainda não têm, em sua maioria, a cobertura vacinal com as duas doses. Outra preocupação é que o decaimento de proteção vacinal entre os mais idosos, mesmo após a 3ª dose, possa coincidir com maior facilitação do contágio no período pós-carnaval pela possível circulação de sub variante mais transmissível. Podemos estar reproduzindo o já visto em países que começaram primeiro a escalada da ômicron: um a dois meses de ascensão e queda rápida da sequência. Mas o Brasil é o país do carnaval, os outros países não. É preciso prudência para voltarmos a consolidar o controle da situação epidêmica”, dizem os especialistas.

Proteção estratégica da vacina
Antes da escalada da variante Ômicron, desde junho, a pandemia vinha sendo controlada com apenas 23% da população total com uma dose e 12% com duas em Minas Gerais. Em janeiro de 2022, graças à vacinação, pode-se estimar que aproximadamente 24.000 internações e 3.500 mortes foram evitadas em Minas Gerais e 5.000 internações e 600 mortes no sul de Minas.
“A vacina é a maior arma contra a pandemia e exatamente por isso as novas variantes do vírus, como a Ômicron, tendem a criar resistência a elas quando têm oportunidade de surgir devido à circulação viral epidêmica. É fato que as vacinas atuais, portanto, estão menos eficazes contra a ômicron do que contra as variantes anteriores; mas também é fato que, mesmo com sua atual eficácia e a possibilidade de desenvolver nova geração delas em curto prazo, são a melhor saída da situação pandêmica”.

Sul de Minas
A semana iniciou com tendência de queda de novos casos, tendo apenas a regional de Pouso Alegre apresentado estabilidade. A média móvel para o sul de Minas ficou em 4.338 (anterior = 6.867). Houve estabilidade de internações nas regionais de Alfenas e Varginha e crescimento nas de Passos e Pouso Alegre, resultando em tendência de estabilidade na região. A média móvel foi de 59 (anterior =52). A região apresentou tendência de crescimento nos óbitos, com média móvel de 20 (anterior = 14,1).

Municípios
Casos: Varginha iniciou a semana em crescimento. Lavras, Alfenas, Três Corações e São Sebastião do Paraíso registraram estabilidade e queda em Itajubá, Passos, Poços de Caldas e Três Pontas (situação inconclusiva em Pouso Alegre).
Internações: crescimento em Itajubá, Três Corações e São Sebastião do Paraíso. Estabilidade em Passos e Alfenas e queda nos demais (Poços de Caldas, Pouso Alegre, Varginha Lavras e Três).
Óbitos: exceto Varginha e Lavras, todos apresentaram crescimento. A letalidade acumulada continuou a cair no sul de Minas.

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