Poços de Caldas, MG – O impacto da Semana de Arte Moderna (1922) na Literatura será tema do encontro “Porão Cultural: o Modernismo na Literatura”, que será conduzido pelo escritor e historiador poços-caldense Wellington Rafael. Ao final, haverá um bate-papo e sorteio de livro.
O evento quer provocar uma roda de conversa sobre os rumos que a Literatura tomou depois da Semana de 22, analisando, por exemplo, obras de Mário de Andrade, Oswald de Andrade até os concretos como Décio Pignatari, além do contexto histórico.
“A Semana de Arte Moderna foi importante para o rumo que a Literatura irá tomar de 1922 em diante. Falo da literatura, pois é minha área de atuação. Mas também para o rumo que tomará toda arte em si, inclusive a arquitetura. Porém, voltando à literatura, ela vai atingir seu maior ponto de maturação em 1930, com grandes nomes, como o mineiro de Itabira, o poeta Carlos Drummond de Andrade, e seu fim em meados de 1945, tendo como principal expoente João Cabral de Mello Neto”, conta Wellington.
Ele ainda acrescenta que que a Semana foi muito importante para a busca e a construção da identidade brasileira. “A busca e a valorização do mestiço. Sendo que é Oswald de Andrade quem vai resgatar Aleijadinho e sua obra, o tendo como artista puramente brasileiro, por ser mestiço. É importante situar o modernismo historicamente também. O movimento aconteceu durante a república velha, período em que a França influenciava muito o Brasil, tanto na arquitetura, quanto nas vestimentas. E os que articularam a Semana eram burgueses, como Oswald de Andrade, Anita Malfatti, etc, que estudaram na França, nos EUA, e tiveram contato com o modernismo francês que vai influenciar a Semana e o rumo da arte brasileira, que depois vai culminar no Movimento Antropófago em 1928, com o Manifesto Antropofágico que irá buscar essa arte e identidade brasileira”, finaliza o escritor.
Semana de Arte Moderna
Marco inaugural do Modernismo brasileiro, a Semana de Arte Moderna reuniu músicos, poetas, escritores, artistas plásticos e intelectuais brasileiros em um evento que buscou introduzir tendências de um novo século em todas as expressões culturais brasileiras.
Realizada entre os dias 13 e 17 de 1922 – daí vem um dos apelidos do marco histórico, também conhecido como a Semana de 22, a Semana de Arte Moderna ainda é objeto de estudo, reflexão e influência nos mais variados campos culturais.
Nomes como Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha, Di Cavalcanti. Oswald e Mario de Andrade e Victor Brecheret – todos considerados geniais e inovadores em seus campos de atuação – surgiram como expoentes da produção intelectual brasileira a partir da Semana de 22. (RadioAngência Brasil)
Serviço
“Porão Cultural: o Modernismo na Literatura”
Dia 19 de fevereiro, às 15h
Livraria Porão
Galeria Gibimba, rua São Paulo, 46, loja 25
Delma Maiochi
delmaiochi@hotmail.com
