O eleitor é o objeto maior em todo e qualquer processo de escolha. Sem ele não existe candidato a coisa alguma.
Mesmo no regime ditatorial, em qualquer que seja o país, os homens não deixam de escolher – entre os seus pares – um que vai desempenhar o papel de dirigente maior.
Nas democracias o povo é chamado para escolher os seus representantes; é chamado para dar a sua opinião sobre as mudanças que deseja e que afetam a organização social da qual é participante ativo.
Este é um regime de livre escolha. É próprio das sociedades civilizadas agirem dessa forma.
Não se imagina que seja possível passar pela cabeça de um postulante a um cargo público eletivo não contar com o voto popular. Não é possível imaginar um candidato sem uma base eleitoral própria, sair por aí tentando apoio em bases que não lhes são simpáticas ou mesmo invadir espaços que não lhes são próprios. É puro delírio ou falta de ética.
Não é possível que um candidato eleito, depois da sua posse dar as costas para aqueles que o apoiaram. Virar as costas àqueles que acreditaram na sua palavra é, em última análise, cavar o seu fim político. O respeito ao eleitor é, sem a menor dúvida, o princípio básico de toda aquele que se pretende líder e representante de um povo, ou de um segmento da sociedade.
Esperamos que o nosso povo, tão chantageado através de promessas vãs, saiba avaliar com mais atenção o canto de cada candidato e possa escolher aquele que realmente pode, sem trair a confiança do eleitor, transmitir confiança, respeito e honestidade de propósito em seus discursos.
Vem aí mais uma eleição. As especulações já começaram. O eleitor precisa estar informado em relação às manobras e vagas promessas.

Hugo Pontes
Professor, poeta e jornalista