Terceira Via
A polarização entre dois prováveis candidatos à presidência nas eleições deste ano fez com que a ideia de um terceiro nome entrasse em cena. Atender o eleitor que não quer nenhum nem outro da polarização pareceu, em princípio, uma boa ideia para a disputa. Muito bem, a ideia é boa, mas quem vai ser o nome que correria por fora nesta ”guerra” da ponta, segundo pesquisas eleitorais?
Este nome não existe ainda e pode não se consolidar. E a razão é muito simples, interesses pessoais e regionais de caciques partidários, disputas internas e a pressão do Palácio do Planalto minam a possibilidade de uma candidatura unificada no centro político. Prevista para ser anunciada em breve na chamada terceira via, a opção à polarização Lula-Bolsonaro é menos provável neste momento. A indefinição mantém em aberto a expectativa de parte do eleitorado que busca uma alternativa ao petismo e ao bolsonarismo.
De acordo com as mais recentes pesquisas, acima de 30% dos eleitores ainda não têm o voto consolidado, ou seja, podem migrar de nome até a eleição. Tanto o ex-presidente Lula quanto o presidente Bolsonaro amargam altos índices de rejeição. Mais da metade dos eleitores diz não votar em Bolsonaro, enquanto cerca de 40% descartam o petista.
O impasse no grupo alternativo se dá pouco mais de um ano depois do lançamento de um manifesto assinado por seis pré-candidatos, em 31 de março de 2021. A ideia de formar um palanque único foi reduzida agora a um possível acordo entre MDB e PSDB. Na ocasião, assinaram o “Manifesto pela Consciência Democrática” Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido). A coalizão era vista como embrião de uma possível aliança ampla, que mingou.
Ainda existe tempo para definir um nome para esta posição. Mas o tempo é curto e alianças parecem sonhos.