Caso Pavesi: STF mantém habeas corpus do médico Álvaro Ianhez
Brasília, DF – O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão de habeas corpus do médico Álvaro Ianhez, condenado pela morte e tráfico de órgãos do menino Paulo Pavesi.
O parecer foi dado terça-feira (28) pelo ministro Rogério Schietti Cruz, com os votos a favor dos ministros Olindo Menezes, Laurita Vaz e Sebastião Reis. O procurador do Ministério Público de Minas Gerais Gregório Assagra votou pela prisão imediata do médico.
Ianhez foi condenado a mais de 21 anos de prisão pela morte da criança em 2000, na época com 10 anos.
Entenda o caso
O menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, caiu de uma sacada de aproximadamente 10 metros do prédio em que morava em Poços de Caldas. Na ocasião, de acordo com a justiça, os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez teriam sido responsáveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos da vítima, sendo acusados de forjar o exame que apontou a morte cerebral, uma vez que o menino, segundo a acusação, ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.
Os quatro negam qualquer irregularidade, tanto nos exames quanto nos transplantes aos quais Pavesi foi submetido. A pedido do Ministério Público o julgamento foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte, em agosto de 2014, para evitar a influência econômica e social dos médicos sobre os jurados.
A denúncia de um suposto esquema para a retirada ilegal de órgãos de pacientes em Poços de Caldas resultou no descredenciamento da Santa Casa para a realização de transplantes e remoção de órgãos em 2002 e também a extinção da entidade MG Sul Transplantes, responsável por coordenar as ações no sul de Minas.