Cabresto
Parece que uma das regras para ser político em campanha eleitoral, pelo menos no Brasil, é fingir que certos assuntos não lhe dizem respeito. Veja bem, candidato acusado e condenado por corrupção finge que não aconteceu nada e que este desvio de conduta só acontece com o adversário. E consegue parceiro para aplaudir esta audácia. É de ficar imaginando como estas pessoas deitam e como ficam quando estão de cara com suas consciências.
O eleitor tem condições de analisar friamente estes discursos? Parece que o eleitor comum no Brasil tem como meta apenas tentar sobreviver. Isso explica porque alguns não se preocupam em trocar seu voto por umas migalhas.
Já tivemos no país o voto de “cabresto”, que era aquele eleitor que ia pela cabeça do patrão, geralmente os fazendeiros na época do Brasil rural. Depois passamos para o eleitor da cidade que muitas vezes podia trocar o seu voto por um vale-gás ou vale qualquer coisa. A mudança parece que foi apenas regional, da roça para a cidade, mas o cabresto parece o mesmo.
Estamos em 2022, véspera de mais uma eleição, e a conversa não parece ter mudado. Mudou o cenário, mas os discursos são os mesmos, os políticos dissimulados também e o cabrestos continuam sendo usados com outros nomes.