Secretaria de Saúde se prepara para o enfrentamento da monkeypox

Poços de Caldas, MG – Na tarde da última quarta-feira (3), a equipe da Secretaria de Saúde apresentou, na Urca, o fluxo de atendimentos de casos suspeitos da monkeypox, mais conhecida como varíola de macacos.
O evento foi direcionado a médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem das Unidades Básicas de Saúde e dos hospitais públicos e privados do município.
O secretário de Saúde Carlos Mosconi destacou a importância de dar assistência adequada aos pacientes que apresentem sintomas suspeitos da doença. “Ficamos muito preocupados de os pacientes com sintomas de monkeypox sofrerem discriminação. De nenhuma forma queremos que isso aconteça, temos que acolher e realizar o atendimento corretamente.”
A infectologista Lívia Vitale falou sobre os pontos abordados durante a apresentação. “Neste momento vamos apresentar os aspectos clínicos, manejo e prevenção. Estamos aprendendo juntos por ser uma doença nova, tem mudanças muito rápidas. Além disso, esclarecemos dúvidas também.”
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica Juliana Loro apresentou questões como a coleta do exame e também como será feita a notificação de cada caso. E o coordenador da Vigilância Sanitária Edson Avella explicou como deve ser feito o descarte correto dos resíduos que possam estar contaminados.

Transmissão
A monkeypox é uma zoonozes viral da mesma família da varíola humana. A transmissão pode acontecer através do contato entre animais e pessoas, por meio de mordidas ou arranhadura de um animal infectado, pelo manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados.
Também pode acontecer através de contato entre duas pessoas (beijo, abraço, contato íntimo) e através das feridas infecciosas, crostas ou fluídos corporais. Contato indireto por roupas, toalhas, lençóis contaminados com crostas ou secreções das lesões. Objetos e superfícies contaminadas através de gotículas. O período de transmissão acontece até a queda das crostas e cicatrização da pele.

Quadro clínico
Um caso suspeito de monkeypox começa com o quadro clínico de febre alta, mialgia, dor de cabeça, linfonodos inchados e prostração. As erupções na pele podem ser únicas ou várias, acometendo principalmente a região genital e praticamente todo o corpo. As lesões são umbilicadas, vistas na mesma fase e muito dolorosas.

Manejo clínico
Os pacientes com suspeitas de monkeypox devem procurar as Unidades Básicas de Saúde, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), o Hospital Margarita Moralles ou a Serviço de Assistência Especializada de Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA).
Os casos mais graves devem ser encaminhados para o hospital referência, que em Poços é a Santa Casa.
O isolamento domiciliar deve ser realizado até as crostas desaparecerem e a pele estar completamente cicatrizada.
O período de incubação da doença, ou seja, o tempo para manifestação para os primeiros sintomas, pode acontecer em até 21 dias.
Os contatos intradomiciliares devem ser avaliados a cada 24 horas, e caso não apresentem sintomas não é necessário o isolamento.

Prevenção
– Utilização de máscara de proteção individual;
– O resíduo gerado deve ser descartado corretamente;
– Limpeza de superfícies;
– Higienização das mãos;
– Quem está em isolamento, não sair de casa, evitar o contato com outras pessoas;

Exames
Os exames para detecção da monkeypox serão coletados pela equipe da Vigilância Epidemiológica e enviados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Através dos exames laboratoriais dependendo da gravidade do quadro clínico. Se o contágio aconteceu após contato sexual, através de sorologias ou testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Casos em Poços
Atualmente, Poços tem um caso confirmado de monkeypox. Um paciente com histórico de viagem. Outros dois casos que estavam em investigação foram descartados.

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