Vereador Paulista pede médico legista em Poços

Poços de Caldas, MG – O vereador Wellington Guimarães, o Paulista, apresentou uma Moção de Apelo a Romeu Zema, governador do Estado de Minas Gerais, para que disponibilize médicos legistas para atuar em Poços de Caldas. Para o vereador, uma cidade deste porte não pode ficar sem este serviço. “Quando acontece uma morte que precisa passar pelo legista é preciso que o corpo vá para Alfenas e isso aumenta ainda mais o sofrimento dos familiares. Através desta Moção de Apelo, que tem o apoio de todos os vereadores, solicito que Poços de Caldas tenha este profissional para atender a demanda. Hoje existe um grande sofrimento nesta questão que precisa acabar”, destacou o vereador. “A maior cidade do sul de Minas não pode ficar sem este profissional. Estamos sendo prejudicados e nossa comunidade sofrendo por um serviço que temos todas as condições de ter na cidade”, completou.

O documento
No documento enviado ao governador Paulista destaca que Poços de Caldas e região não possuem profissionais especialistas em quantidade adequada para suprirem a demanda, pois o profissional que atende a cidade tem que se dividir para atender todas as cidades da microrregião, gastando muito tempo, visto que o corpo deve ser transladado até onde o médico se encontra para ser realizado o procedimento. Tal logística demora e consequentemente aumenta, ainda mais, o sofrimento das famílias. Importante destacar que os casos em que é necessária a atuação deste profissional são tragédias nas quais a família e amigos já estão muito sensibilizados e o translado do corpo até outra cidade para perícia potencializa ainda mais a dor e sofrimento dessas pessoas, sendo inadmissível não ter o aparato estatal adequado com a atuação de um médico legista.

Dados
O documento estaca ainda que são 55 as especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), entre elas a Medicina Legal, que utiliza conhecimentos da medicina para o esclarecimento de fatos de interesse da justiça. Anualmente, mais de seiscentas mil pessoas, em algum momento, necessitam dos cuidados de perícia médico legal. Segundo o Ministério da Saúde, em anos anteriores, foram mais de 158 mil mortes decorrentes de causas externas, o que corresponde a 12% de todos os óbitos no Brasil. O médico legista não trabalha apenas com mortos, mas com pacientes vítimas de lesões evitáveis, na maioria das vezes, e decorrentes de conflitos interpessoais, desrespeito às normas e à natureza. Para cada óbito decorrente de causa externa há, pelo menos, cinco outras pessoas feridas. Os abnegados médicos legistas investigam a cronologia dos fatos e a ação dos eventuais agentes que contribuíram para o aparecimento de uma lesão ou da morte. Seu conhecimento plural é utilizado para produção de provas, no âmbito da investigação policial e do judiciário. Médicos legistas são peritos oficiais do Estado, aprovados em concurso público, e passam por um processo de avaliação e de treinamento. O CFM determina que em caso de morte violenta resultante de uma ação externa (mesmo que tardiamente), ou suspeita (sem causa evidente), independentemente da condição social, financeira ou política da vítima, cabe apenas ao médico legista emitir o atestado de óbito.

 

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