Alvoroço
A semana foi de alvoroço na política e na economia. E o motivo foi simples, o presidente eleito Lula já mandou recados para o mercado de que não está a fim de obedecer o teto de gastos. Os mercados financeiros podem ter se enganado ao se convencer de que o presidente eleito seguiria uma agenda fiscal ortodoxa.
O mercado parecia ter se convencido de que Lula seria fiscalmente ortodoxo. O fluxo de notícias da semana coloca essa hipótese em dúvida.
Com a dúvida, os ativos brasileiros despencaram na quinta-feira, penalizados por temores de descontrole fiscal. O petista planeja propor uma emenda constitucional para acomodar gastos extra teto em 2023 e tem feito críticas recorrentes às atuais regras fiscais do Brasil. Investidores também reagiram mal à inclusão do nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, visto como menos ortodoxo, na equipe de transição do presidente eleito.
A surpresa do mercado é no mínimo estranha porque já havia sinais neste sentido mesmo antes da eleição. O fato do presidente não detalhar a sua política econômica no plano de governo já dava o tom de que os gastos estavam na agenda da nova política fiscal.