RUY BARBOSA Salvador-BA 1849 – Petrópolis-RJ 1923
Hugo Pontes
Professor, poeta e jornalista
Ruy Barbosa de Oliveira bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1870. No início da carreira, na Bahia, engajou-se numa campanha em defesa das eleições diretas e da abolição da escravatura. Depois, seria político relevante na República Velha, ganhando projeção internacional durante a Conferência de Paz de Haia (1907), em que defendeu a teoria brasileira de igualdade entre as nações.
Eleito deputado na Assembleia Provincial da Bahia em 1878, passou no ano seguinte a deputado geral (ou seja, representante da província no Legislativo nacional, no Rio de Janeiro). Atuou na elaboração da reforma eleitoral, na reforma do ensino e na emancipação dos escravos. Com a República, tornou-se vice-chefe do governo provisório e assumiu a pasta das Finanças. Também escreveu o projeto da Carta Constitucional da República. Sendo dissolvido o Congresso por Deodoro da Fonseca, Rui abandonou o cargo que ocupava e passou à oposição. Em 1893, envolveu-se na Revolução da Armada e acabou exilado. Após ter passado pela Argentina, Lisboa, Paris e Londres, voltou para o Brasil e foi eleito senador pela Bahia em 1895.
Rodrigues Alves, presidente da república, designou-o representante do Brasil na 2ª Conferência de Paz de Haia. No Brasil, dada sua brilhante inteligência e eloquência, ganhou por isso o título “Águia de Haia”.
Com seu enorme prestígio, candidatou-se duas vezes à Presidência da República. A primeira, nas eleições de 1910, contra Hermes da Fonseca, e em 1919, contra Epitácio Pessoa, mas foi derrotado em ambas.
Por ocasião da campanha de 1910, hospedando-se no Hotel do Globo, Ruy Barbosa esteve em Poços de Caldas para avistar-se com as lideranças políticas locais e, como maçom, entrou em contato com a Loja Maçônica Estrela Caldense, através do médico Pedro Sanches de Lemos, buscando o apoio dos membros da instituição. O registro da sua passagem por Poços de Caldas está em duas fotos que foram tiradas na frente da Prefeitura Municipal e outra na frente da Loja Maçônica.
Como jornalista, escreveu para diversos órgãos, em especial “A Imprensa”, o “Jornal do Brasil” e o “Diário de Notícias”, tendo presidido esse último. Sócio-fundador da Academia Brasileira de Letras, sucedeu a Machado de Assis na presidência da casa.
Ruy Barbosa morreu aos 73 anos. Sua extensa bibliografia, em mais de cem volumes, reúne artigos, discursos, conferências e anotações políticas escritas durante toda uma vida. Sua vasta biblioteca, com mais de 50 mil títulos, pertence à Fundação Casa de Ruy Barbosa, em sua antiga residência no Rio.