Exportações do agronegócio mineiro fecharam o 1º trimestre com receita de US$ 3,2 bi
Belo Horizonte, MG – As exportações do agronegócio mineiro fecharam o primeiro trimestre de 2023 com receita de US$ 3,2 bilhões e 3 milhões de toneladas embarcadas para 157 países. Esse é o segundo melhor resultado para o período na série histórica, atrás somente de 2022, quando o valor alcançado foi de US$ 3,3 bilhões – o que representa um recuo de 3,7% no faturamento. Em comparação aos três primeiros meses do ano passado, houve acréscimo de 18,1% no volume exportado.
A queda no valor é justificada pela diminuição do preço médio das commodities, em especial do café, o principal produto da pauta exportadora do agro em Minas. Os líderes entre compradores internacionais da produção agropecuária estadual, de janeiro a março de 2023, foram: China (32%), Estados Unidos (10%), Alemanha (8%), Itália (5%) e Japão (4%). O setor representou 36% do total das vendas do estado no exterior.
No catálogo do agronegócio mineiro, ocupam o topo do ranking de produtos comercializados fora do país: café e derivados (41,5%), complexo soja – grãos, farelo e óleo (25,3%), produtos florestais – celulose, madeira e papel (10,7%), carnes (9,5%) e complexo sucroalcooleiro – açúcar e álcool (8,4%). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
.Café
As vendas de café e seus derivados somaram, no primeiro trimestre, a receita de US$ 1,3 milhão, com o embarque de 5,9 milhões de sacas. Isolado, o mês de março foi melhor do que fevereiro de 2023. Os segundo e terceiro meses deste ano obtiveram, respectivamente, US$ 345 milhões e US$ 453 milhões, com o comércio exterior do segmento. Contudo, em comparação ao acumulado dos três primeiros meses de 2022, o faturamento recuou 29,8% e o volume, 26,1%.
Os principais compradores do café mineiro, no trimestre, foram Estados Unidos (US$ 257 milhões), Alemanha (US$ 227 milhões), Itália (US$ 119 milhões), Bélgica (US$ 95 milhões) e Japão (US$ 65 milhões).
Complexo soja
Com receita de US$ 807,8 milhões e 1,4 milhão de toneladas embarcadas, o complexo soja teve aumento de 30% no valor e 24% no volume exportado. A demanda aquecida da China e de países asiáticos fez com que o segmento ocupasse, mais uma vez, a segunda posição no ranqueamento dos produtos agropecuários de Minas comercializados no exterior. A quebra da safra de soja na Argentina também abriu uma janela de oportunidades para o comércio brasileiro.
No acumulado dos três primeiros meses deste ano, Minas Gerais contabilizou 32 países importadores de grãos, farelo e óleo de soja.
Demais produtos
Ao contrário do cenário de queda no preço de commodities de tradicionais segmentos do agro, a celulose vem experimentando alta. As exportações de produtos florestais somaram US$ 340,8 milhões e 431 mil toneladas embarcadas, com crescimento de 110% na receita e 47% no volume. A boa performance é atrelada, especialmente, à demanda chinesa, responsável por 43% da compra.
As carnes somaram US$ 303 milhões e 96 mil toneladas, com destaque para as de frango, que cresceram 39% no valor e 24% no volume, obtendo receita total de US$ 102 milhões. Carnes suínas também apresentaram bons resultados, com US$ 8,6 milhões e um acréscimo de 12% no valor e de 5% no volume. Por outro lado, o cenário das carnes bovinas ainda é de arrefecimento, totalizando US$ 190 milhões, devido à breve suspensão das vendas para a China, o que explica a diminuição de 25% da receita e 13% do volume. A expectativa é de melhora da situação nos próximos meses.
Já o complexo sucroalcooleiro gerou a receita de US$ 267 milhões, com o envio de 582 mil toneladas. O açúcar é, historicamente, o produto mais comercializado da cadeia e respondeu 84% das vendas. Arábia Saudita, Marrocos e Nigéria foram os principais parceiros comerciais de Minas no segmento.