Vacina contra dengue chega ao Brasil em meio ao aumento de casos em Minas
Belo Horizonte, MG – Minas Gerais é o estado com o maior número de casos prováveis de dengue, em 2023. Os dados são do Ministério da Saúde. Em Belo Horizonte, já são 341 casos confirmados e mais de 2.800 em investigação. De acordo com o Ministério da Saúde, sete pessoas morreram por causa da dengue em Minas Gerais, em 2023. São 70 mil casos notificados e quase 20 mil confirmados neste ano. No ano passado, foram 15 mil. O secretário de Saúde de Minas Gerais, Fabio Baccheretti, afirmou que o pico de infecção ocorre nos próximos meses.
Em meio a esse cenário preocupante, a boa notícia é que o primeiro imunizante liberado no Brasil para pessoas que nunca entraram em contato com o vírus da dengue, chegará ao país em maio deste ano. Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma. O imunizante é indicado para pessoas entre 4 e 60 anos que nunca entraram em contato com o vírus da dengue, mas também poderá ser aplicado em quem já teve a doença.
A Qdenga é uma vacina tetravalente, ou seja, oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. Seu esquema de vacinação prevê duas doses, aplicadas com intervalo de três meses entre elas. Nos ensaios clínicos, a Qdenga mostrou ter uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.
O imunizante estará disponível inicialmente apenas na rede privada de saúde. Ainda não há uma previsão para a incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“A disponibilidade da vacina Qdenga na rede privada de saúde é um passo importante para a prevenção da dengue no Brasil”, afirma Fábio Argenta, médico e CEO da Saúde Livre Vacinas.
Fábio ainda alerta que, embora a vacina Qdenga tenha se mostrado eficaz em estudos clínicos, é importante destacar que ela não é uma solução única para o controle da dengue. “A vacinação deve ser combinada com outras medidas preventivas, como a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti e a conscientização da população sobre a importância da proteção individual contra a doença.”