Derrame
No governo de Lula, um dos principais desafios é garantir a estabilidade no Legislativo e assegurar a aprovação de projetos importantes. Em um único dia foi empenado mais de R$ 700 milhões em emendas parlamentares, quase o dobro do valor distribuído em quatro meses pelo Planalto.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, publicada na quinta-feira, 11, os principais partidos aliados do presidente foram beneficiados pelo derrame de recursos. A maior fatia foi destinada ao PSD, seguido pelo PT, MDB e União Brasil.
A estratégia do governo federal é assegurar a votação da regra fiscal no Congresso, o que tem sido desafiador diante das derrotas acumuladas por Lula até agora. Com a liberação do dinheiro, espera se que os parlamentares aliados se sintam mais confortáveis para apoiar as propostas do governo.
Embora o empenho de recursos seja uma prática comum no Brasil, há críticas sobre a forma como isso é feito. Alguns argumentam que os parlamentares deveriam votar com base no interesse público e não em troca de liberação de recursos para suas bases. No entanto, a realidade política brasileira mostra que as emendas parlamentares são frequentemente usadas como moeda de troca entre Executivo e Legislativo. Uma prática comum que desafia sempre os novos governantes, mas que deveria acabar pelo bem do país