Pacientes que aguardam na Sala de espera da UPA receberão acolhimento com psicólogo
Poços de Caldas, MG – A sala de espera da Unidade de Pronto Atendimento – UPA se mostra como espaço potencial para acolhimento de pacientes que aguardam por um atendimento médico hospitalar. Mediante a isso, psicóloga Sheila de Cássia Ferreira Torres, especialista em Psicologia da saúde e do desenvolvimento e Mestre e Doutoranda pela Universidade de São Paulo realizará esse atendimento no local.
O acolhimento nas salas de espera tornou-se um momento importante do cuidado ao paciente em diversos ambientes de saúde, como em hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de saúde.
A diretora administrativa da UPA, Michele Bertozzi avalia o projeto. “O projeto visa sensibilizar os profissionais exercendo com excelência o cuidar, por meio das práticas de humanização, enxergando às necessidades dos familiares, desempenhando da melhor forma possível o atendimento humanizado e acolhedor aos usuários da UPA.”
A intenção de um acolhimento nesses espaços é proporcionar segurança e suporte àqueles que sofrem de alguma doença, enquanto aguardam atendimento. Geralmente, a fila de espera é longa, o que torna esses ambientes de saúde médico hospitalar mais estressantes. O acolhimento nesses momentos permite que os pacientes estabeleçam um vínculo com a instituição, desenvolvam uma relação de confiança com a equipe de saúde e assumam um compromisso de engajamento com o seu próprio cuidado. Isso contribui com a humanização dos espaços médico hospitalares e com o bem estar do paciente.
Quando os pacientes se sentem acolhidos desde o momento que chegam à Unidade de saúde, isso pode reduzir o estresse e a ansiedade associados à espera pelo atendimento médico. O estabelecimento de confiança entre paciente e equipe de saúde aumenta a satisfação do paciente e favorece a adesão ao tratamento.
Uma abordagem humanizada ao paciente na sala de espera é uma oportunidade de reconhecer e tratar o paciente como um ser humano completo, em sua complexidade. Isso quer dizer que o sujeito deve ser tratado não apenas por sua condição física, mas também por seus aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Ao integrar a dimensão humana do cuidado ao tratamento médico, significa dar importância ao aspecto essencial de uma interação entre profissionais de saúde e pacientes, elevando a singularidade de cada um, dignidade e autonomia de cada sujeito.
Ao incorporar a dimensão humana do cuidado ao tratamento à saúde, eleva-se a importância de tratar não somente da doença, mas reconhecer a importância das condições emocionais como fator integrante de um tratamento efetivo. Isso desmistifica a concepção de saúde como simplesmente ausência de doença.
A sociedade em geral tem a cultura de tratar da doença a partir dos aspectos físicos e biológicos, deixando de lado aspectos que integram o ser humano. Isso cria uma cultura ilusória de cura, na qual se espera um retorno ao corpo sem marcas ou vestígios de doença. No entanto, na realidade, o paciente realidade de adaptação, não é suficiente apenas buscar um corpo sem marcas, dor ou sofrimento. Para lidar com o novo, é necessário fortalecimento das condições psicológicas.
A cultura predominante enfatiza os aspectos físicos e biológicos da doença , deixando de lado a importância dos aspectos psicológicos, sociais na jornada de cura e adaptação do paciente. Isso cria expectativas irreais e que nunca serão alcançadas pelo paciente. O bem estar psicológico é essencial para enfrentar os desafios, lidar com as emoções geradas pela doença, estabelecer estratégias de enfrentamento e adaptação à nova realidade que se apresenta. Isso tudo é construído pelo próprio paciente e este poderá ser amparado por uma equipe humanizada e de acolhida, a partir da sala de espera de um atendimento ambulatorial.
Oferecer um acolhimento humanizado para os pacientes reflete uma Política Pública preocupada com o cuidado efetivo da sua população e não apenas na diminuição das filas de espera nos atendimentos ambulatoriais. Isso significa devolver a dignidade a um corpo que está adoentado e carente de cuidados físicos e emocionais.
Isso envolve políticas e ações integradas que visam diminuir as barreiras de acesso e garantir oportunidades iguais de receber um cuidado digno e de qualidade.