Promotor suspende exames de vista gratuitos realizados por optometristas
Poços de Caldas, MG – Uma iniciativa conjunta entre uma igreja local e uma ótica patrocinaram exames de vista gratuitos para a população de Poços de Caldas. Entretanto, a ação gerou uma forte reação por parte das clínicas oftalmológicas da região, após a revelação de que os exames eram realizados por optometristas, profissionais especializados em cuidados visuais, mas que não possuem a formação médica de um oftalmologista.
O principal argumento contra esses exames está fundamentado em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que consideraram esses procedimentos demasiadamente superficiais e alertaram sobre os riscos de lesões oculares, que poderiam se tornar ainda mais graves com o passar do tempo. Os exames realizados não incluem avaliações mais detalhadas, como o exame de fundo de olho, essencial para detecção precoce de diversas doenças oftalmológicas.
Muitos pacientes que passaram pelo optometrista, durante a iniciativa em questão, acabaram necessitando de uma consulta posterior com um oftalmologista, o que levantou preocupações sobre a eficácia desses exames gratuitos e sua real utilidade para a população.
Diante dessa situação, o Procon do Ministério Público de Minas Gerais, através do Promotor de Justiça, Dr. Glaucir Antunes Modesto, decidiu tomar uma posição. Após realizar um estudo aprofundado sobre o caso, conversar com especialistas e considerar decisões recentes de tribunais superiores ele emitiu uma recomendação formal para que eventos desse tipo não sejam mais realizados em Poços de Caldas.
A recomendação do promotor é respaldada pela Vigilância Sanitária local, que apoia plenamente a medida sugerida. O objetivo é proteger a saúde visual da população, evitando a ocorrência de possíveis danos causados por exames menos abrangentes.
Paulo Vitor de Campos
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