Mãe e filha podem ser campeãs juntas pela Caldense no próximo domingo
Jadyla Maria Cesário Firmino é filha de Eliane Cesário Firmino. Ambas são atletas e têm o vôlei como maior paixão dentro da prática esportiva. Além de possuírem o mesmo amor pelo jogo, Jady e Eliane conseguem compartilhar o esporte em família da melhor maneira possível: praticando e competindo juntas.
As duas atletas fazem parte do forte time adulto feminino da Veterana que, no próximo domingo (17), viajará para disputar a grande decisão da Liga Vinhedo contra a equipe de Jundiaí.
Qual é a parte mais gratificante de jogar vôlei em família?
Eliane: A união e a parceria. Poder saber que gostamos e amamos o mesmo esporte, e isso aumentou ainda mais a nossa afinidade como mãe e filha. É um privilégio.
Jady: Minha mãe sempre jogou vôlei e sempre esteve no esporte, e é legal continuar esse legado. É muito legal continuar nas quadras, e com ela é ainda melhor.
E existe algum desafio por jogarem juntas?
Jady: Sem dúvida é quando minha mãe me dá as broncas. Tem sempre algumas coisinhas que a gente acaba se cobrando. Nós jogamos na mesma posição, então pode ter essa questão de rivalidade, mas a parte boa é que, no momento, as duas são titulares.
Eliane: Ah, mas ela também dá alguns gritos comigo dentro do jogo…
Como essa experiência afetou seu relacionamento como mãe e filha fora das quadras?
Jady: Isso fortificou muito nossa relação, com certeza. Nós discutimos bastante sobre os jogos. Nossa comunicação melhorou muito, passamos a conhecer melhor o jeito uma da outra dentro e fora do jogo. Às vezes discutimos dentro de quadra e fora dela nós conseguimos resolver tranquilamente.
Eliane: A gente também acaba inspirando outras pessoas a praticar o esporte. E fazer todo mundo perceber que mesmo depois de você passar por uma gestação você pode voltar e praticar o esporte que você gosta como uma atividade normal.
Eliane, Jamyle e Jady (Reprodução: Instagram)
Vocês têm alguma história engraçada sobre suas experiências juntas no vôlei?
Jady: Nós já disputamos uma final de campeonato aqui na Caldense, uma contra a outra. Os dois times adultos se enfrentaram, e dessa vez a minha mãe ganhou… Eu queria ter ganhado, mas mesmo assim foi uma experiência interessante.
Eliane: Outra história interessante é que um dia estávamos em um campeonato jogando juntas, no mesmo time, e do nada ela me chamou de ‘mãe’ e as atletas da outra equipe ouviu e não entendeu nada. Quando terminou o jogo, a atleta veio perguntar para a Jady porque ela ficava me chamando de ‘mãe’ o tempo todo. A Jady explicou para ela e ela achou o máximo.
Quando você olha para o lado e vê a sua filha jogando com você, qual é o sentimento?
Eliane: Uma emoção muito grande. Eu sou a fã número 1 dela, e admiro muito ela. E ela joga muito melhor do que eu. Fico muito feliz, fico com o ‘olhinho brilhando’ quando ela está em quadra fazendo o melhor dela para o time.
Quando você olha para o lado e vê a sua mãe jogando com você, qual é o sentimento?
Jady: É um incentivo. Minha mãe jogou no Master, mas ainda joga muito aqui no adulto. Sempre foi ativa no esporte e sempre passou isso pra gente, então além de orgulho dela, eu sinto muita inspiração. Ela é uma pessoa muito ativa para tudo na vida, e acredito que isso é muito por causa do esporte, e eu aprendi muito isso com ela.
Eliane: E nós passamos isso para os filhos. Minha outra filha joga o Sub-19 e meu filho joga basquete, então fico muito feliz torcendo para eles. Na nossa casa tem um mural de medalhas e sempre que ganhamos juntas já são mais duas medalhas que vão para lá.
O que o esporte significa na vida de vocês duas?
Jady: Eu não consigo me ver sem ele. Crescemos em um ambiente em que o esporte sempre esteve envolvido: meu pai é corredor e minha mãe sempre foi atleta. Então desde pequenos nós víamos as medalhas e os troféus em casa, e isso sempre nos foi passado como saúde. Além disso, uma ótima visão de ‘família’, pois é estar sempre convivendo com outras atletas e isso acaba criando uma irmandade forte dentro do time. Isso são experiências que só quem está no esporte entende.
Eliane: Questão de saúde, socialização, disciplina, respeito, saber ganhar e saber perder. Também é um caminho em que se evita as coisas que podem nos prejudicar na vida. Quem pratica esporte evita fumar, até em alguns casos evita beber, etc. E é onde se cria uma outra família, onde se criam amigos para a vida toda. Com isso eu sempre incentivo os pais a colocarem seus filhos no esporte desde cedo.
Jady e o irmão Iago, atleta do basquete da Caldense (Reprodução: Instagram)
Qual a expectativa de vocês duas pra essa final contra Jundiaí?
Jady: A expectativa é a melhor possível. Nós entendemos também que será um jogo muito difícil, mas nós gostamos disso. Ano passado tivemos uma final contra Campinas e o jogo foi bem puxado. Mas nós somos guerreiras e não vamos abaixar a cabeça.
Eliane: Estamos treinando para isso, para chegar na final e dar o nosso melhor para sairmos de lá campeãs.