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Desigualdade

Data da Publicação:

13/01/2024

No Brasil, a máxima de que todos são iguais perante a lei parece estar cada vez mais distante quando se trata da tributação sobre a renda. Um estudo recente elaborado pela Secretaria de Política Econômica revela uma discrepância alarmante: um brasileiro com renda mensal de R$ 4 mil paga, surpreendentemente, a mesma alíquota de imposto de renda que alguém que aufere R$ 4 milhões. Essa revelação lança luz sobre um sistema tributário que, ao invés de promover a equidade, perpetua e acentua a desigualdade social no país.
O cerne do problema reside na inversão da tabela progressiva de imposto de renda para os 7% mais ricos. Ao contrário do que seria esperado em um sistema justo, essa parcela da população acaba pagando proporcionalmente menos, consolidando uma realidade em que, paradoxalmente, quanto maior a renda, menor a carga tributária. Este é um fenômeno que não apenas desafia os princípios básicos de justiça fiscal, mas também contribui para uma disparidade crescente entre os estratos sociais.
A tributação progressiva, em teoria, deveria assegurar que aqueles que possuem maior capacidade contributiva arquem com uma parcela proporcionalmente maior dos impostos. No entanto, os resultados desse estudo apontam para uma distorção preocupante desse princípio, resultando em um ônus tributário desproporcional para a grande maioria da população, especialmente para a classe média e os mais pobres.
Além disso, essa inversão da tabela progressiva amplifica os abismos sociais já existentes, minando os esforços para construir uma sociedade mais justa e inclusiva. A carga tributária desigual não apenas impacta o acesso a serviços públicos essenciais, como saúde e educação, mas também perpetua a concentração de recursos nas mãos de uma elite financeira, minando as bases de uma sociedade verdadeiramente democrática.
Urge, portanto, uma revisão profunda e urgente do sistema tributário brasileiro.

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