Motor
Pelo terceiro ano consecutivo, as micro e pequenas empresas (MPEs) emergem como os principais motores da criação de empregos no Brasil. Os dados recentemente divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), baseados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), revelam uma tendência promissora: 8 em cada 10 novos postos de trabalho foram gerados por esses empreendimentos ao longo do ano de 2023.
Os números impressionam: um saldo positivo de 1,48 milhão de novas contratações, resultando no menor índice de desemprego registrado desde 2014. Dessa soma, as MPEs contribuíram com 1,18 milhão de empregos, representando expressivos 80,1% do total. Por outro lado, as médias e grandes empresas, embora também relevantes, responderam por 209,99 mil vagas, equivalendo a 14,2% do total.
Essa conquista não é apenas uma estatística; é um reflexo do potencial empreendedor do país, da resiliência dos pequenos empresários e da capacidade de adaptação diante dos desafios econômicos. As MPEs são verdadeiros motores de crescimento, promovendo inclusão social, descentralização econômica e fomento à inovação.
No entanto, surge a indagação: será que esse segmento tão fundamental tem recebido o apoio necessário do governo federal?
Apesar dos resultados notáveis, é crucial analisar se o ambiente regulatório e os incentivos governamentais estão alinhados com as necessidades das MPEs. O acesso ao crédito, a simplificação tributária, a redução da burocracia e o estímulo à capacitação empresarial são algumas das áreas que requerem atenção especial por parte das políticas públicas.
É preciso que o governo reconheça o papel estratégico das MPEs na construção de uma economia mais robusta e inclusiva e atue de maneira proativa para garantir um ambiente propício ao seu desenvolvimento. O apoio federal não deve ser apenas uma resposta reativa, mas sim uma estratégia contínua de fortalecimento desse setor vital para o progresso econômico do país.