Saidinha
O Senado Federal tomou uma medida importante nesta terça-feira (20) ao aprovar o projeto de lei que visa abolir as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas. Esta decisão, embora seja um passo significativo na reforma do sistema penitenciário brasileiro, não é isenta de controvérsias e debate.
A proposta, aprovada com 62 votos favoráveis e dois contrários, reflete uma preocupação legítima com a segurança pública e a necessidade de reavaliar os benefícios concedidos aos detentos. Atualmente, a legislação permite que condenados em regime semiaberto usufruam dessas saídas temporárias, conhecidas popularmente como “saidinhas”, até cinco vezes ao ano.
No entanto, o projeto de lei aprovado no Senado propõe a extinção dessas saídas temporárias, exceto para os detentos em regime semiaberto que buscam oportunidades de estudo fora da prisão. Essa medida é uma resposta direta aos inúmeros casos de detentos que, durante o gozo desses benefícios, acabam cometendo novos crimes, colocando em risco a segurança da sociedade.
. É fundamental reconhecer que a ressocialização dos detentos não pode ocorrer às custas da segurança pública e da integridade da sociedade.
É importante observar que essa medida não busca negar o direito à ressocialização dos detentos, mas sim reavaliar os mecanismos pelos quais isso é alcançado. A autorização para estudos externos, mantida no projeto de lei, representa um reconhecimento da importância da educação na reintegração social dos presos.
Porém, é fundamental que essa reforma na legislação seja acompanhada por investimentos em políticas de ressocialização mais eficazes, que ofereçam oportunidades reais de reinserção no mercado de trabalho, acesso à educação e acompanhamento psicossocial adequado. A simples abolição das saídas temporárias não resolverá os problemas estruturais do sistema prisional brasileiro.