Verdadeiro Sabor
No Dia Mundial do Café, celebrado neste 14 de abril, o Brasil se posiciona uma vez mais como um gigante no setor cafeeiro, refletindo a robustez e a importância desta commodity para a economia nacional. Com 42,80 milhões de sacas exportadas no último ano, de abril de 2023 a março de 2024, e uma receita cambial que alcançou impressionantes US$ 8,73 bilhões, o café não só percorre o mundo em sua jornada de grão a xícara, mas também impulsiona a economia de regiões inteiras, sobretudo em Minas Gerais, estado que lidera essa exportação monumental.
Este marco financeiro, que se traduz em R$ 43,12 bilhões quando convertido para nossa moeda corrente, revela mais do que sucesso comercial; ele espelha o trabalho árduo de milhares de produtores que, com suas mãos, cultivam uma das mais célebres imagens do Brasil no exterior. Entretanto, embora os números impressionem, eles trazem à tona uma indagação crucial: o produtor brasileiro de café recebe o apoio necessário para sustentar e expandir sua produção de maneira justa e sustentável?
A percepção de que as ações governamentais podem não passar de retórica não é infundada. Em meio a discursos e promessas, o que realmente se concretiza em termos de políticas efetivas de apoio ao agricultor? Créditos, incentivos fiscais, assistência técnica e segurança no campo são essenciais para garantir que o Brasil não apenas mantenha sua posição de liderança, mas também avance em práticas de cultivo mais sustentáveis e éticas.
Neste Dia Mundial do Café, enquanto celebramos os frutos de nosso solo e o aroma que nos define mundo afora, devemos também questionar e exigir mais do que promessas. Precisamos de ações concretas que assegurem ao produtor rural condições dignas de trabalho, investimento em tecnologia e infraestrutura adequada, além de políticas que promovam a sustentabilidade ambiental e econômica a longo prazo.