editorial_din_14

Custo Brasil

Data da Publicação:

14/05/2024

Um estudo conduzido pelo professor José Pastore, da Universidade de São Paulo (USP), trouxe à tona uma questão crítica para a economia brasileira: os encargos trabalhistas no Brasil representam mais de 100% dos salários dos empregados. Especificamente, esses encargos equivalem a 103,7% dos ganhos salariais dos trabalhadores. Esse dado alarmante revela a magnitude dos obstáculos que o sistema atual impõe tanto aos empregadores quanto aos empregados.
Essas obrigações compulsórias e fixas tornam-se barreiras reais ao aumento salarial dos trabalhadores. Em vez de proporcionar um ambiente favorável ao desenvolvimento e à prosperidade dos empregados, o sistema atual desestimula os empregadores a conceder aumentos salariais justos e necessários. Isso cria um ciclo vicioso onde os trabalhadores ganham pouco e o custo do emprego permanece alto, alimentando uma insatisfação generalizada e um mercado de trabalho desestabilizado.
Além de dificultar o aumento salarial, os altos encargos trabalhistas incentivam a informalidade. Empregadores, especialmente os pequenos e médios, muitas vezes não conseguem arcar com os custos elevados e optam por contratar informalmente. Essa prática, apesar de proporcionar algum alívio imediato, traz consequências negativas a longo prazo, como a falta de direitos trabalhistas e de segurança social para os trabalhadores.
A realidade é que, no Brasil, os assalariados ganham pouco e custam muito. Produzir e empregar no país é caro e complexo, e isso não deveria ser assim. A elevada carga sobre a produção e a geração de empregos desencoraja investimentos e reduz a competitividade das empresas brasileiras no mercado global.
É crucial que o Brasil repense sua estrutura de encargos trabalhistas. Reduzir a oneração sobre a produção e a geração de empregos deveria ser uma prioridade.

Leia Também

foto-editorial-agro-18-04-25

Agro mineiro

Minas Gerais vive um momento emblemático no setor externo. As exportações do agronegócio mineiro acabam de alcançar o melhor trimestre de toda a série histórica iniciada em 1997, consolidando-se como a principal força da balança comercial do estado. Com uma…
foto-turismo-editorial-16-04-2025

Turismo mineiro

O volume de atividade turística em Minas Gerais cresceu 1,7% em fevereiro de 2025 na comparação com janeiro, conforme levantamento do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG com base nos dados do IBGE. A alta representa uma retomada do…
foto-stf-editorial-15-04-2025

STF em xeque

Recente pesquisa divulgada pelo Instituto Opinião revela um dado preocupante para a democracia brasileira: quase 50% dos brasileiros afirmam não confiar no Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento, realizado com 2 mil pessoas em todas as regiões do país, e…
foto-editorial-estagnacao-14-04-2025

Estagnação

A economia brasileira iniciou o ano de 2025 com sinais de cansaço. Segundo o Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o Produto Interno Bruto (PIB) do país ficou estagnado (0%)…
foto-fuga-capitais-12-04-2025

Fuga de capitais

O descontrole fiscal e a insegurança jurídica que marcam o cenário brasileiro têm produzido efeitos cada vez mais nocivos à economia. Uma das consequências mais alarmantes é a evasão de divisas do país, fenômeno que, no primeiro trimestre de 2025,…
Foto: Agência Minas/Divulgação

Mercado de trabalho

O mês de fevereiro trouxe boas notícias para o mercado de trabalho em Minas Gerais. Com saldo positivo de 52.603 novos postos formais, o estado se destacou nacionalmente, registrando o segundo maior número de vagas criadas no país, o equivalente…

Login de Assinante

Ainda não é assintante?

Ao se tornar assinante, você ganha acesso a matérias e análises especiais que só nossos assinantes podem ler. Assine agora e aproveite todas essas vantagens!