Recuperações
O cenário econômico brasileiro enfrenta um novo desafio alarmante: o aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial. Segundo o indicador de falências e recuperação judicial da Serasa, houve um incremento de 80% no acumulado do ano até abril. Em números absolutos, foram registrados 685 pedidos nos quatro primeiros meses de 2024. Somente em abril, 184 empresas recorreram à Justiça para tentar reestruturar suas finanças.
Esse aumento não é um fenômeno isolado, mas sim uma continuidade de uma tendência observada em 2023, quando os pedidos de recuperação judicial já haviam subido 68,7%. A persistência desse crescimento sugere que as dificuldades enfrentadas pelo setor empresarial brasileiro estão longe de serem solucionadas.
Entre os setores mais afetados, as empresas de serviços lideram o número de pedidos de recuperação judicial. Esse dado é particularmente preocupante, considerando que o setor de serviços é um dos pilares da economia brasileira, responsável por uma parcela significativa do PIB e pela geração de empregos.
Diversos fatores podem estar contribuindo para essa escalada. A alta carga tributária, a complexidade do ambiente regulatório, as dificuldades de acesso a crédito e o impacto prolongado da pandemia de COVID-19 são alguns dos elementos que, combinados, criam um ambiente hostil para a sobrevivência e o crescimento das empresas.
Diante desse panorama, é urgente que medidas sejam tomadas para reverter essa tendência. Políticas públicas que visem a desburocratização, a redução da carga tributária e o fomento ao acesso a crédito são essenciais para criar um ambiente mais favorável para os negócios. Além disso, é fundamental que haja um suporte adequado para as empresas em dificuldades, permitindo que possam se reestruturar e voltar a contribuir para a economia.