Plano Real
Na última segunda-feira, 1º de julho, comemoramos um marco significativo na história econômica do Brasil: os 30 anos do Plano Real. Lançado em um cenário de hiperinflação devastadora, o plano não apenas estabilizou a economia brasileira, mas também introduziu uma nova moeda, o real, substituindo o cruzeiro real corroído pela inflação.
A implementação do Plano Real foi uma aposta ousada, um verdadeiro exercício de engenharia social que buscava desindexar a inflação após uma série de planos econômicos fracassados. Em meio a diversos indexadores criados para ajustar preços e salários, a equipe econômica do governo Itamar Franco concebeu a Unidade Real de Valor (URV). Esse superindexador foi fundamental para o sucesso do plano.
Por três meses, todos os preços e salários foram expressos tanto em cruzeiros reais quanto em URV, cuja cotação flutuava diariamente, mantendo uma ligação aproximada com o dólar. Em 1º de julho de 1994, o real nasceu, com R$ 1 valendo exatamente 1 URV, que equivalia a 2.750 cruzeiros reais.
O plano não parou por aí. Combinado com um câmbio fixo inicial e altas taxas de juros para atrair capital estrangeiro, o Plano Real conseguiu reduzir drasticamente a inflação. Em junho de 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingia alarmantes 47,43%. Um mês após a introdução do real, esse índice despencou para 6,84% e, em dezembro do mesmo ano, estava em apenas 1,71%.
O sucesso do Plano Real foi um divisor de águas para o Brasil, trazendo não apenas estabilidade econômica, mas também confiança e credibilidade para o país no cenário internacional. Hoje, 30 anos depois, celebramos não apenas a estabilização econômica, mas também a coragem e a inovação que permitiram a transformação de uma nação.