Polícia Civil prende quadrilha especializada em furto de cobre e que invadiu a ETA V
Poços de Caldas, MG – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu na manhã desta quinta-feira (17/10), em Pouso Alegre, cinco integrantes de uma quadrilha especializada na subtração de cobre na região Sul de Minas Gerais e no estado de São Paulo. A operação, batizada de “ETA” (Estação de Tratamento de Água), foi conduzida pela equipe especializada em furtos e roubos da Delegacia Regional de Poços de Caldas.
A investigação teve início após o grupo criminoso invadir a estação de tratamento de água em Poços de Caldas no dia 7 de setembro. Além desse caso, outros crimes com o mesmo modus operandi foram registrados na região e estão sob apuração da Polícia Civil.
Durante a operação, a polícia cumpriu cinco mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão. Materiais utilizados nas ações criminosas foram apreendidos. Os suspeitos foram ouvidos e encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.
A ação contou com a participação de 28 servidores da Polícia Civil, além de apoio de equipes da Polícia Militar de Pouso Alegre e outras cidades da região. O delegado responsável destacou a importância do trabalho conjunto das forças de segurança para o êxito da operação.
Coletiva
Em coletiva de imprensa realizada ontem (16/10) pelos delegados Thiago Moreira, Cleyson Brene e Marcos de Sousa Pimenta, a Polícia Civil esclareceu os detalhes da operação que resultou na prisão de cinco integrantes de uma quadrilha especializada no furto de cobre. O caso começou no dia 7 de setembro, quando criminosos invadiram uma estação de tratamento de água em Poços de Caldas, agrediram vigilantes e tentaram roubar materiais de cobre do local.
Após o incidente, a Polícia Civil instaurou um inquérito e iniciou diligências investigativas, que duraram cerca de 40 dias. Durante esse período, a equipe liderada pelo delegado regional Dr. Clayson requereu medidas cautelares ao Poder Judiciário, com o apoio do Ministério Público.
OPERAÇÃO
Na manhã desta quinta-feira (17/10), a PCMG, munida dos mandados de prisão e busca e apreensão, realizou uma operação em Pouso Alegre, que culminou na prisão dos suspeitos e na apreensão de materiais relacionados aos crimes.
O delegado regional, Dr. Clayson, foi responsável por detalhar os fatos durante a coletiva. Ele destacou a importância do trabalho minucioso da equipe de investigação e a colaboração entre as forças de segurança para o sucesso da operação.
A quadrilha, que já havia sido vinculada a outros casos de furto de cobre na região, agora está sob custódia, e as investigações continuam para apurar a possível participação em outros crimes semelhantes no Sul de Minas e em São Paulo.
Após o ataque à estação de tratamento de água em Poços de Caldas, a equipe da Delegacia de Furtos e Roubos iniciou entrevistas com funcionários, e, a partir de informações fornecidas por um terceirizado, a polícia analisou imagens captadas ao longo da rodovia. Com o apoio do Serviço de Inteligência da Polícia Militar de Poços de Caldas, foi possível identificar os veículos utilizados no crime.
A investigação apontou que dois dos veículos envolvidos haviam sido alugados na cidade de Pouso Alegre. A partir dessa descoberta, os policiais iniciaram uma operação na cidade, com o apoio de colegas da região, que permitiu identificar e qualificar os indivíduos que alugaram os carros. Além disso, foi identificado que um terceiro veículo, um Gol quadrado, atuou como batedor para os veículos alugados.
Com a identificação de todos os suspeitos, a Polícia Civil solicitou e obteve mandados de busca, apreensão e prisão preventiva. A operação, que contou com a participação de diversos policiais, foi bem-sucedida, e todos os envolvidos foram localizados e presos.
Durante os depoimentos, os suspeitos, na presença de seus advogados, exerceram o direito ao silêncio.
Segundo o delegado, o objetivo principal da quadrilha no ataque à ETA era a subtração de grandes quantidades de cobre. Apesar de deixarem o local sem sucesso, já que não conseguiram recolher o material desejado, o grupo cometeu outro crime semelhante logo em seguida, na cidade de Santa Rita de Caldas, onde câmeras flagraram uma caminhonete transportando o material roubado.
“A quadrilha é especializada e responsável por uma série de crimes semelhantes em várias cidades da região”, afirmou Dr. Clayson, citando também os municípios de Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí e Camanducaia como locais de atuação do grupo. O delegado ressaltou que, em cada ação, o grupo costumava subtrair mais de meia tonelada de cobre.
VIOLÊNCIA
Em Poços de Caldas, embora os criminosos não tenham conseguido levar o cobre, o ataque foi marcado por extrema violência. “Os funcionários foram mantidos em cativeiro e agredidos com requintes de crueldade. Há indícios de tortura, o que será analisado no inquérito policial”, explicou o delegado.
Com base na repetição do modus operandi e na violênscia empregada, a quadrilha será indiciada por organização criminosa e outros crimes relacionados.
De acordo com o delegado, o veículo apreendido desempenhava a função de batedor, servindo para escoltar e garantir a segurança dos criminosos enquanto transportavam os materiais roubados. Todo o conjunto de evidências será analisado minuciosamente e incluído no inquérito que já está em andamento.
“Todo o arcabouço de materiais apreendidos será instruído no processo investigativo”, afirmou o delegado, destacando que as informações coletadas poderão ser compartilhadas com outras delegacias e colegas de regiões vizinhas, reforçando a cooperação entre as forças de segurança.
Entre os materiais apreendidos estão fios de cobre, ferramentas específicas, celulares e o veículo utilizado na fuga. Esses itens serão periciados e utilizados para fortalecer as investigações, que já conectaram a quadrilha a outros crimes semelhantes na região de Pouso Alegre, São Gonçalo do Sapucaí, Camanducaia e até no estado de São Paulo.
Dr. Clayson também mencionou que a quadrilha operava com planejamento prévio, realizando levantamentos dos locais antes dos ataques, e que o grupo era responsável por subtrações de grandes quantidades de cobre, frequentemente acima de meia tonelada. “Os indícios são robustos e já estamos tratando essa organização como uma quadrilha criminosa estruturada”, afirmou o delegado.
INVESTIGAÇÕES
As investigações agora se concentram em identificar os receptadores do cobre furtado, considerando que o material tem alto valor de mercado, especialmente após o aumento da demanda durante a pandemia. Além disso, outras prisões e apreensões são esperadas à medida que o inquérito avance e novas informações forem compartilhadas com outras delegacias da região.
A operação contou com a participação de 28 policiais civis e 8 policiais militares, resultando em 100% de sucesso na prisão dos indivíduos procurados. O delegado também parabenizou o trabalho da equipe de furtos e roubos de Poços de Caldas, que conduziu a investigação com excelência.
A PCMG reforçou que o objetivo agora é identificar as ramificações superiores da organização criminosa, bem como seus compradores, para encerrar a cadeia de crimes que tem causado prejuízos em Minas Gerais e São Paulo.
PAULO VITOR DE CAMPOS
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