Ciclo
O endividamento das famílias brasileiras tem crescido de forma expressiva, conforme o estudo recente da FecomercioSP, que revelou que 77% das famílias no país possuem algum tipo de dívida. Esse dado preocupa não apenas pela amplitude, mas também pela natureza das dívidas que, em grande parte, são de contas essenciais como água, luz e financiamentos imobiliários. Esse cenário reflete um aumento significativo da pressão financeira sobre os lares brasileiros, onde mais de 1,45 milhões de famílias contraíram novas dívidas nos últimos dois anos.
A situação é ainda mais crítica para cerca de 13% dessas famílias, que assumem não ter condições de quitar esses débitos. Isso representa um impacto econômico relevante, pois o crescimento da inadimplência eleva o risco para o mercado financeiro, resultando em juros mais altos para todos, o que torna ainda mais difícil para as famílias endividadas saírem dessa situação.
A consequência desse ciclo é um efeito nocivo na economia como um todo, pois, ao encarecer o crédito, o consumo diminui e a circulação de dinheiro reduz. Esse é um alerta importante para a necessidade de medidas voltadas à educação financeira e ao incentivo de práticas que promovam o planejamento e o controle das finanças pessoais. É preciso, também, repensar políticas públicas que ofereçam alternativas viáveis para a renegociação de dívidas e que contribuam para uma economia mais saudável e equilibrada.