Um levantamento alarmante do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado esta semana escancara uma ferida aberta na gestão de obras públicas no Brasil: 52% das obras em andamento no país estão paralisadas. Isso significa quase 12 mil projetos interrompidos de um total de 23 mil, deixando para trás promessas não cumpridas, recursos públicos desperdiçados e, sobretudo, a população desassistida.
O impacto financeiro é devastador. Já foram investidos pelo menos R$ 10 bilhões em projetos que hoje não passam de estruturas inacabadas ou papeis engavetados. Esse valor é suficiente para transformar realidades em áreas críticas como saúde, educação e infraestrutura, mas, no estado atual, representa apenas desperdício.
A principal causa apontada para esse cenário é a má qualidade técnica dos projetos, responsável por 42% das paralisações. O dado é um reflexo direto de falhas em planejamento, falta de capacitação técnica e processos de contratação que frequentemente priorizam o menor preço em detrimento da melhor qualidade. É um ciclo vicioso que perpetua obras mal projetadas e condenadas ao fracasso desde o início.
Outro ponto crucial é que mais da metade dessas obras paradas – 52% – estão relacionadas à educação e saúde. São escolas que deveriam estar formando cidadãos, hospitais que deveriam estar salvando vidas, mas que hoje não passam de promessas descumpridas. Essa realidade escancara o descaso com áreas essenciais para o bem-estar da população e para o desenvolvimento do país.
A paralisação de obras públicas não é apenas um problema técnico ou financeiro; é um problema social. Cada projeto interrompido representa um serviço não entregue, uma comunidade desassistida, e, muitas vezes, uma população descrente na capacidade do poder público de transformar sua realidade.