Trabalho no Brasil
O Brasil atingiu, no trimestre encerrado em novembro, a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em 2012. Com um recuo de 0,5 ponto percentual (pp) em em relação ao trimestre anterior e de 1,4 pp na comparação com o mesmo período de 2023, a taxa de desemprego ficou em 6,1%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,8 milhões de pessoas estão atualmente em busca de emprego, o menor contingente desde 2014. Em apenas um trimestre, 510 mil pessoas saíram da população desocupada, enquanto, na comparação anual, esse número chega a 1,4 milhão.
No entanto, apesar da queda no desemprego, outros indicadores do mercado de trabalho sugerem desafios persistentes. O número de trabalhadores sem carteira assinada permanece em 14,4 milhões, o que reflete a informalidade ainda elevada no mercado brasileiro. O aumento de 1,8% no número de trabalhadores por conta própria, que agora soma 25,9 milhões, também aponta para uma expansão de formas alternativas de ocupação, muitas vezes em condições de menor segurança e estabilidade.
Essa dualidade no mercado de trabalho — queda no desemprego formal, mas manutenção da informalidade e crescimento do trabalho independente — reflete a complexidade do cenário econômico. Embora os avanços nos índices de desemprego sejam animadores, eles não devem obscurecer a necessidade de políticas externas para a qualificação profissional, o estímulo ao empreendedorismo e a formalização de vínculos empregatícios.