O agronegócio de Minas Gerais registrou, em 2024, um feito histórico ao superar, pela primeira vez, a receita das exportações do setor de mineração no estado. E nesse marco inédito, o café se destacou como protagonista absoluto, reafirmando sua importância econômica e cultural para Minas.
Com uma receita de US$ 7,9 bilhões, o café respondeu por 46,1% do total exportado pelo agro mineiro, que somou impressionantes US$ 17,1 bilhões. O volume exportado, de 31 milhões de sacas, ultrapassou a própria safra de 28,1 milhões de sacas produzidas no ano.
A explicação para esse salto está na forte demanda internacional, que levou os produtores a recorrerem aos estoques armazenados em cooperativas e estruturas próprias.
Essa conquista reflete a capacidade dos cafeicultores mineiros de se adaptarem ao cenário global, aproveitando as condições favoráveis criadas pela valorização do dólar e pela redução das safras em outros países produtores, afetados por questões climáticas. Conforme destacou o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, os baixos estoques globais abriram uma janela de oportunidade que foi sabiamente explorada pelos mineiros. Além disso, a oferta de um café de alta qualidade e ambientalmente sustentável foi um diferencial decisivo.
Esse desempenho reforça a posição de Minas Gerais como líder na produção de café no Brasil e no mundo, não apenas em quantidade, mas em excelência e sustentabilidade. O sucesso de 2024 serve como exemplo do potencial do agronegócio mineiro em combinar tradição, inovação e cuidado com o meio ambiente, consolidando-se como um pilar econômico essencial do estado.
O desafio que fica é a continuidade: como fortalecer ainda mais a cadeia produtiva do café, diversificar os mercados e enfrentar as oscilações do clima e da economia global?