Poços de Caldas, MG – O cricket está ganhando cada vez mais espaço no cenário esportivo brasileiro e mundial, especialmente após sua confirmação como modalidade olímpica. Na semana passada Matt Featherstone, presidente da Confederação Brasileirade Cricket participou de um evento no Rio de Janeiro com outros líderes do esporte que discutiram os impactos dessa inclusão e novas parcerias para o desenvolvimento da modalidade no Brasil.
Matt destacou que a semana de reuniões contou com a presença de representantes de diversas federações esportivas do país, proporcionando uma imersão no futuro do críquete no cenário olímpico. “Foi uma semana espetacular. Primeiramente, a recepção do cricket dentro do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) foi muito significativa. Além disso, tivemos discussões importantes com os presidentes das 38 confederações esportivas do Brasil. Foi um momento de grande aprendizado e alinhamento para os próximos passos da modalidade”, destacou.
“Agora, o cricket faz parte desse novo ciclo e isso transforma a forma como trabalhamos com a modalidade. O Rio de Janeiro tem sido palco de importantes discussões e o Brasil tem tudo para crescer no cenário do criket”, afirmou.
Além das discussões sobre a inclusão no programa olímpico, novas parcerias internacionais foram firmadas para fortalecer a modalidade no Brasil. Recentemente, um acordo foi fechado com um clube inglês, e no próximo dia 17, um novo contrato de cinco anos será assinado com outra equipe do Reino Unido, interessada em participar do Cricket Brasil. “Isso mostra o interesse internacional no desenvolvimento do críquete brasileiro”, explicou.
Impacto Olímpico
Matt Featherstone ressaltou a evolução da modalidade e os impactos dessa nova fase. Segundo ele as equipes masculina e feminina do Brasil estão se preparando para disputar as classificatórias para as Olimpíadas. “Estamos trabalhando com nossas equipes para chegar às Olimpíadas. Talvez não consigamos ir direto, mas já estarmos nas fases classificatórias é um grande passo. Ainda não sabemos exatamente quantos times participarão e como será o formato da competição, mas esse processo faz parte de um mundial de críquete que pode abrir portas para a Copa do Mundo da modalidade”, explicou.
Além da inclusão no ciclo olímpico, a visibilidade do cricket brasileiro aumentou consideravelmente. “Agora fazemos parte de uma família mundial. Temos mais recursos, mais apoio e patrocinadores que vêm do COB. Isso muda completamente a perspectiva para os próximos quatro anos dentro desse ciclo olímpico. E mais do que isso, sabemos que o críquete entrou agora nos Jogos, mas nunca mais vai sair”, afirmou Featherstone.
Outro ponto de destaque foi a valorização do projeto social do cricket no Brasil. “Muitas vezes, nós que trabalhamos diretamente no projeto não percebemos sua grandiosidade. Mas, ao conversar com outros presidentes de federações esportivas, percebemos que poucas modalidades têm um projeto social como o nosso. Poucos têm um programa universitário estruturado, um caminho para que um jovem saia da escola e tenha oportunidade de se tornar jogador, atleta ou até professor. Isso faz uma diferença enorme”, falou.
Parcerias
Internacionais
E a modalidade vem ganhando cada vez mais força, e as parcerias internacionais são um reflexo desse crescimento. Matt Featherstone ressaltou a evolução da modalidade e a nova fase que o esporte vive no país.
“Quando um negócio é bom, as pessoas querem fazer parte. E hoje, o cricket é um bom negócio. Está mostrando o que sempre soubemos: há muito trabalho envolvido”, afirmou Featherstone. Ele comparou a evolução do esporte a uma estrada que antes era de terra e agora está asfaltada. “Hoje o cricket está estruturado, temos muito mais empresas e pessoas interessadas em fazer parte desse projeto”, destacou.
O crescimento, no entanto, segue um princípio fundamental: qualidade acima de quantidade. “Sempre falamos isso, e agora estamos vendo esse pensamento se consolidar. A quantidade de praticantes e apoiadores está aumentando, mas nossa prioridade continua sendo a qualidade, trabalhando com as pessoas certas e garantindo um crescimento saudável e organizado”, explicou.
O Cricket Brasil tem seguido um plano estratégico, começando seu desenvolvimento a partir de Poços de Caldas, reconhecida como a capital da modalide no país. A expansão, porém, já é realidade. “Não temos pressa. O cricket veio para ficar nos próximos 100, 200, 300 anos. Se fizermos uma base sólida agora, esse crescimento acontecerá naturalmente. E já está acontecendo. Hoje ele não está mais apenas em Poços de Caldas. Estamos em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, São João e outras cidades próximas”, acrescentou Featherstone.
PAULO VITOR DE CAMPOS
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