O Brasil registrou ao menos 38.722 mortes violentas em 2024, o que representa uma média de 106 vidas interrompidas por dia. Os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) indicam que, entre janeiro e dezembro do ano passado, ocorreram 35.642 homicídios dolosos, 1.438 feminicídios, 924 latrocínios e 718 casos de lesão corporal seguida de morte.
Embora o número de assassinatos em 2024 represente uma redução de 5% em relação a 2023, quando foram registradas 40.768 ocorrências, a violência urbana segue como uma das principais crises do país. Apesar da queda gradual das mortes violentas desde 2021, com o total de assassinatos atingindo o menor número desde 2015, o volume de vidas perdidas é ainda assombroso. Entre 2015 e 2024, ao menos 470.760 pessoas foram assassinadas no Brasil.
A redução, por um lado, reflete possíveis avanços em políticas de segurança pública, investigação criminal e controle do crime organizado. No entanto, não há motivos para comemorar enquanto a violência seguir presente em tantas cidades brasileiras, impactando famílias, comunidades e limitando o desenvolvimento social e econômico do país.
O desafio da segurança pública vai além da repressão policial. Exige uma abordagem ampla, que envolva educação, combate às desigualdades sociais, controle do tráfico de armas e drogas, investimentos em inteligência policial e reforma do sistema carcerário.
O feminicídio, que vitimou 1.438 mulheres no ano passado, é um reflexo cruel da violência de gênero, que precisa ser combatida com mais rigor. Campanhas educativas, assistência às vítimas e punição exemplar dos agressores são medidas essenciais para reverter esse quadro.