DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES – Homenagem – IDALINA GUILHERMINA DE ANDRADE

Hugo Pontes

A professora nasceu na Freguesia de São Sebastião do Jaguary, hoje a cidade de Andradas, em 1853 onde, entre os anos de 1874 e 1880, foi professora.
Mudando-se para a vila de Poços de Caldas, aqui lecionou nos anos de 1881 até 1909.
Faleceu em fevereiro de 1943 com 90 anos de idade.
Segundo o depoimento do memorialista Mário Mourão, médico, em seu livro Poços de Caldas – Síntese Histórico-Social, de 1952, páginas 365 e 366:
“Uma das primeiras professoras públicas nomeadas em Minas Gerais para a então vila de Poços de Caldas foi Idalina Guilhermina de Andrade. Era casada com o senhor Olímpio de Andrade, dono de uma selaria modelo, negócio que dava muito rendimento naquela quadra de se andar a cavalo e com o transporte de tropas.”
O Sr. Olímpio de Andrade e D. Idalina deixaram uma família conceituada na sociedade local, a qual tem pessoas muito representativas como o Sr. João de Andrade de Andrade, D. Bela, casada com Américo Machado, proprietário da Casa Michel, de joalheria; Dr. Pedro de Andrade e o Sr. Nelson de Andrade”.
D. Idalina se aposentou, sendo substituída por Dona Amélia Maria da Conceição (casada com Caetano de Abreu), professora normalista vinda de Caldas.”
Do livro “As Águas Termais de Poços de Caldas, publicado em 1904, Pedro Sanches de Lemos fala um pouco sobre as escolas existentes na Vila naquele início do século XX.
“Temos na vila dois colégios, dois externatos e uma escola particular: o Colégio Santa Ana, habilmente dirigido por D. Arminda de Freitas Moreira, que conta este ano com 60 alunas matriculadas; o Colégio Rosa, dirigido por Rodolpho Garcia Rosa, tinha 25 alunos; o Externato Mineiro, dirigido por João Borges Salgado, com 38 alunos, assim como o Externato Ítalo-Brasileiro, dirigido pelo professor Carlos Cascella; a Escola particular de D. Clara Vieira, com 14 alunos.
Além destes estabelecimentos de ensino temos quatro escolas públicas mantidas pelo Estado: a primeira cadeira do sexo masculino sob a direção de D. Evangelina de Freitas Mourão, com 43 alunos matriculados; a segunda cadeira, também do sexo masculino, sob a direção de D. Branca Darphe Mourão, com 37 alunos matriculados; a primeira cadeira do sexo feminino, sob a direção de D. Idalina Guilhermina de Andrade, com 34 alunas; a segunda cadeira do sexo feminino, sob a direção de D. Isbella de Feitas Mourão, com 40 alunas.”
Em conversa que tive com a professora Graciema Ferreira, irmã do escritor Jurandir Ferreira, ela se lembrou de uma quadrinha que os alunos recitavam naquele tempo, brincando com o nome de algumas professoras citadas acima:
“Antigamente a escola era risonha e franca,
Com a D. Isbela, Idalina e dona Branca
Hoje tem muita bravura
Com o senhor Mário Pinto e o senhor Boaventura.

Foi difícil levantar dados a respeito da professora Idalina Guilhermina de Andrade, uma vez que pouco encontrei na pesquisa feita em jornais, revistas ou livros da época, mas dona Idalina foi uma guerreira, e – provavelmente – uma feminista e raiz do movimento de emancipação feminina, como tantas outras que viveram e lutaram na sua época.
Uma escola municipal como o seu nome seria uma justa homenagem às mulheres que viveram e vivem lutando com honestidade pelos seus direitos junto à sociedade.

*Professor, poeta e jornalista

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