Desmanche
O jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial nesta segunda-feira, 10, em que criticou duramente o presidente Lula pelos seus primeiros 100 dias no Palácio do Planalto. O petista é acusado de estar promovendo retrocessos na economia, ao desfazer medidas implementadas por seus antecessores, e o governo é descrito como já apresentando “sinais de decrepitude precoce”.
De acordo com o Estadão, o governo Lula parece estar mais preocupado em criar fatos que possam garantir vantagens eleitorais, como se a eleição presidencial de 2026 estiver próxima, do que em tomar as decisões difíceis e impopulares que um governo responsável deve tomar enquanto ainda possui permitido. Isso é ainda mais preocupante diante da perspectiva de enfrentar um Congresso cada vez mais hostil, com uma base governista aparentemente frágil e pouco confiável.
O jornal afirma que o governo Lula poderia ser muito melhor se estivesse tão disposto a construir quanto a desmontar o que foi feito no passado recente. No entanto, segundo o Estadão, os petistas, emocionados por Lula, parecem estar cautelosos de que tudo o que foi feito após o impeachment da presidente Dilma Rousseff deve ser desfeito por ser fruto de um certo “golpe”.
Segundo o editorial, movido pela vingança, o governo Lula avalizou o desmonte do Marco do Saneamento, em favor de estatais falidas e incompetentes, em detrimento do bem-estar dos mais pobres; avançou sobre a Lei das Estatais, que havia sido criada para conter a corrupção nessas empresas, uma grande marca dos governos petistas; e paralisou a reforma do ensino médio, para os sindicatos, em detrimento dos estudantes, que estão preocupados com um futuro incerto.
Em resumo, o Estadão considera que os primeiros 100 dias do governo Lula foram marcados por retrocessos, demonstrando uma preocupação excessiva com a política e com a tentativa de desfazer tudo o que foi feito no passado recente, em vez de se concentrar em construir um futuro melhor para todos os brasileiros.