Taxa de desemprego fica estável em 8,5% no trimestre até abril de 2023
Brasília, DF – A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em abril de 2023 foi de 8,5%, representando uma variação de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, indicando estabilidade no índice. Essa taxa é a menor registrada para um trimestre encerrado em abril desde 2015, quando ficou em 8,1%. Em comparação com o mesmo período de 2022, houve uma redução de 2 pontos percentuais na taxa de desocupação.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, essa estabilidade é atípica para esse período, pois geralmente há um aumento na taxa de desocupação durante o trimestre móvel fevereiro-março-abril, o que não ocorreu dessa vez. Alessandra Brito, analista da pesquisa, explica que o padrão sazonal não se repetiu, pois não houve um aumento na população desocupada.
O número de pessoas desocupadas no trimestre foi de 9,1 milhões, um ligeiro aumento em relação ao trimestre anterior que registrou 9 milhões de pessoas. No entanto, em comparação anual, houve uma redução de 19,9% no contingente de pessoas desocupadas, o que representa 2,3 milhões a menos.
Por outro lado, o número de pessoas ocupadas no trimestre foi de 98 milhões, registrando uma queda de 0,6% em comparação aos resultados do trimestre anterior, o que equivale a 605 mil pessoas a menos. Essa redução na população ocupada segue uma tendência sazonal observada na série histórica, sendo comum a diminuição nesse período, exceto durante a pandemia.
A queda na população ocupada foi impulsionada pelos resultados nos setores de serviços domésticos, que registrou uma retração de 3,3% (ou menos 196 mil pessoas), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com uma queda de 2,4% (ou menos 204 mil pessoas), e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com uma diminuição de 1,4% (ou menos 265 mil pessoas).
Por sua vez, a população fora da força de trabalho totalizou 67,2 milhões de pessoas, apresentando um aumento de 1,3% na comparação trimestral, o que representa mais 885 mil pessoas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um crescimento de 3,5%, ou seja, mais 2,3 milhões de pessoas. Alessandra Brito ressalta que esse aumento parece estar mais relacionado a questões demográficas do que aos reflexos do mercado de trabalho, uma vez que o contingente de desalentados ou da população na força de trabalho potencial, que fazem parte dessa população, apresentaram uma redução no trimestre.