Relato comovente de Carolina Maria de Jesus é a indicação de leitura da semana
Poços de Caldas, MG – “15 de julho de 1955 – Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos gêneros alimentícios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar”. “Quarto de despejo: diário de uma favelada” é o relato de vida de Carolina Maria de Jesus, mãe, mulher, preta, favelada, escritora, com toda a força vital da autora mineira que mostrou ao mundo o cotidiano da favela do Canindé, em São Paulo.
Com pouco estudo formal, Carolina Maria de Jesus faz da realidade o seu grande trunfo literário, relatando os fatos ocorridos na favela do Canindé, em São Paulo, entre os anos de 1955 e 1959, com reflexões sobre os acontecimentos que mostram a realidade social do Brasil de meados do século XX.
Publicado há 63 anos, como o próprio título diz, a obra é escrita em formato de diário e acompanha a história de Carolina como mãe solo, dividindo o barraco com seus três filhos e buscando sustento na catação de papelão nas ruas de São Paulo.
O livro foi publicado com os textos originais, mostrando a sensibilidade do relato e seu potencial de crítica, abordando problemas sociais da favela que, infelizmente, parecem atuais mesmo sendo escritos há mais de 60 anos.
Título original:
Quarto de Despejo:
Diário de uma Favelada
Autora:
Carolina Maria de Jesus
Editora: Ática
Ano de publicação: 1960
Toda semana, o @bibliotecaspublicasdepocos, perfil das bibliotecas públicas de Poços de Caldas no Instagram, divulga uma sugestão de leitura. O objetivo é democratizar o acesso ao acervo bibliográfico, chamar a atenção de novos leitores e ampliar a visitação da comunidade local aos espaços, atuando no fomento ao livro, à leitura e à literatura.
“Quarto de despejo”, relato comovente de Carolina Maria de Jesus sobre a realidade injusta e desigual da vida dos marginalizados, está disponível nas Bibliotecas Públicas Centenário e Manuel Francisco Costa Guimarães.