PARTIDOS pArTiDoS ?
Hugo PONTES Escritor e professor
Muito se tem falado e debatido sobre a queda do número de filados de partidos políticos em Minas Gerais e em outros Estados do Brasil.
Depois das eleições de 2020 cerca de 80% dos partidos perderam filiados. Dentro do contexto de 30 partidos, apenas 6 tiveram um crescimento razoável, a saber: PCO, PMB, PSOL, REDE, SOLIDARIEDADE E UP.
Trazendo para o nosso estado de Minas, em menos de 3 anos cinco partidos perderam cerca de 40 mil filiados, entre os quais e principalmente o PSDB com 7.500.
Concentrando as nossas atenções no PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira – a perda de quase 8.000 filiados entre 2020 e 2023 foi resultado de muita insatisfação dos seu quadros e a condução dos projetos no contexto de cada diretório e comissão provisória municipais.
Segundo a cúpula mineira do partido “o objetivo é manter as lideranças alinhadas com os princípios da legenda.”
Pela experiência dos dirigentes do PSDB durante o período da denominada janela partidária pode-se perceber uma movimentação natural do número de filiações e de desfiliações. E isso a depender dos dirigentes em cada uma das cidades e o seu empenho em arregimentar mais e mais filiados. Podemos acreditar que a divisão interna nos partidos ocasiona a fuga de filiados em busca de outras legendas que sejam mais coerentes na condução das normas e programas preconizados pela sigla.
É sabido que dentro dos Partidos nem todos os filiados têm influência nas decisões do grupo. Muita coisa vem de cima para baixo numa imposição coronelista do “eu mando e você obedece”.
Entre o discurso e a prática vai uma distância quilométrica. É isso que se observa, principalmente nas siglas tradicionais, pois é visto e constatado que parte das resoluções dos problemas não passam de promessas e quem paga é a sociedade.
A insatisfação do povo, no que se refere ao bem-estar social e as questões econômicas é algo indiferente para os partidos e seus representantes. Por consequência, para o povo os partidos são menos representativos no contexto de suas vidas e o mais que resta – diante da indiferença dos políticos – é torcer pelas cores do time de futebol preferido.
No mais é esperar pelo próximo jogo, ou melhor, as próximas eleições.