Epidemia Silenciosa
A pandemia de covid-19 não trouxe apenas o desafio do vírus em si, mas também uma enxurrada avassaladora de desinformação que se esconde como fogo em campo seco. Esta nova epidemia, tão prejudicial quanto a própria doença, não apenas deixou sequelas na confiança pública, mas também teve um impacto significativo nos serviços de saúde.
Durante a Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em Florianópolis, a diretora da SBIm, Isabela Ballalai, foi categórica ao comparar a desinformação a uma doença altamente contagiosa. E com razão. A desinformação não é inofensiva. Pode causar danos graves, até mesmo mortes. Deve ser encarada como uma doença em si, merecedora de prevenção, vigilância e ações planejadas.
A analogia com uma enfermidade é precisa. A desinformação se dissemina rapidamente, atingindo indiscriminadamente, minando a confiança nas instituições e na ciência. Como qualquer outra enfermidade, necessita de um plano estratégico para ser combatida. Não se pode subestimar seu potencial destrutivo.
Assim como uma doença, a prevenção é a chave. Educação e esclarecimento são nossas principais armas. Devemos promover fontes confiáveis de informação, disseminar conhecimento baseado em evidências e cultivar um espírito crítico capaz de discernir a verdade da ficção.
A vigilância também é essencial. É preciso identificar e enfrentar a desinformação, impedindo sua disseminação desenfreada. As plataformas de mídia social, os veículos de comunicação e a sociedade como um todo têm um papel crucial para desempenhar nesse processo.
Por fim, as ações planejadas devem ser inovadoras de forma coordenada e estratégica. É imperativo que os governos, as organizações de saúde e a sociedade civil se esforcem para combater essa epidemia de desinformação de maneira eficaz e sustentável.
A desinformação não pode mais ser tratada como um mero incômodo.