TURISMO É NEGÓCIO

Hugo PONTES Professor, poeta e jornalista

Diariamente lemos, ouvimos/vemos reportagens, notícias e debates em torno do desenvolvimento econômico do Brasil, a partir dos anos de 1990.
Para quem, como é o meu caso, não entende os mecanismos complexos que impulsionam ou retardam o crescimento econômico, torna-se difícil uma avaliação racional. Pode-se fazer um juízo ou uma ideia tão somente baseada em genéricas informações pela complexidade do assunto.
Entretanto, pelo que se pode avaliar, vende-se menos automóveis, mas o movimento turístico interno cresceu cerca de 40%.
A despeito das expectativas futuras em relação a qualquer evento de porte, o turismo interno desenvolveu-se com o maior poder aquisitivo da chamada Classe C – classificada como “Nova Classe Média”.
Desde o ano de 2005 os setores de transporte aéreo e rodoviário; alimentos; hospedagem e recreação; comércio e indústria voltados para o turismo aumentaram mais de trinta por cento, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Tudo isso graças ao crescimento da renda de uma camada da população que antes não tinha acesso ao lazer, ao turismo.
A despeito dessa movimentação, o turismo ainda não tem, no conjunto da economia brasileira, um peso significativo. Equivale a 2,9%do PIB nacional., segundo dados de 2023.
Segundo estudos realizados por associações do setor, a tendência é crescer à medida em que os municípios com vocação turística puderem tomar consciência da importância desse ativo para a economia local e passem a dar mais atenção ao setor.
Para tanto, necessário se faz que as cidades turísticas ou com potencial turístico se organizem e estabeleçam seus calendários anuais de festas e atividades turístico/cultural e dêem a elas o destaque, a divulgação necessária e se organizem internamente investindo na infraestrutura urbana, cuidando do saneamento da limpeza, das vias públicas, do patrimônio histórico e geográfico da ordem social e tudo o mais que uma cidade deva ter para ser lembrada e visitada mais de uma vez por todos aqueles que a conheçam.
Importante é acreditar que os dirigentes municipais, com suas secretarias e ou departamentos integrados, possam trabalhar em conjunto em favor da cidade e, por consequência, do turismo.
Importante é acreditar que os responsáveis pelo turismo, nas cidades turísticas, coloquem a imaginação à tona e possam criar novos atrativos e cuidar bem de toda a cidade e criar atividades culturais que atraiam os visitantes durante o ano todo.
É imprescindível que um trabalho de parcerias seja realizado envolvendo associações comerciais, hoteleiras, “conventions bureaux”, zona rural, e as cidades vizinhas. A palavra-chave? Integração.
É do conhecimento dos bacharéis em turismo e no meio turístico em geral, conforme salientam em seus livros e palestras a professora Dóris Ruschmann e os mestres Roberto Boullón e Mário Beni: “Com o turismo todo mundo ganha”.
E, pensando em tudo isso, acreditamos que Poços de Caldas está no caminho certo, uma vez que a cidade cresceu em função da sua vocação turística.

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