Carnaval é na Cascatinha, com Afoxé Memórias da Resistência
Poços de Caldas, MG – No domingo de Carnaval, 11 de fevereiro, o berço do samba em Poços de Caldas – o bairro da Cascatinha – vai brilhar na programação carnavalesca. A partir das 15h, na Arena do Ginásio Poliesportivo Moleque César, tem início a concentração do Grupo Afoxé Memórias da Resistência, que se apresenta no Carnaval pela segunda vez.
Às 17h, a cantora e sambista Edna Santos sobe ao palco. Às 19h, o Grupo Afoxé Memórias da Resistência sai em cortejo pela Avenida Santo Antônio em direção à Praça Dom Pedro II (Praça dos Macacos), retornando à Cascatinha, onde o Samba do Vô vai colocar todo mundo pra dançar, a partir das 21h.
Pelo segundo ano na programação de Carnaval de Poços de Caldas, o Grupo Afoxé Memórias da Resistência é uma forma de homenagear todos os tradicionais grupos que existiram e deixaram seu legado na cidade. Neste ano, prestará homenagem também a Anderson Miglioranzi, o Galo da Cascatinha, falecido no fim do ano passado.
Resistência
A proposta é uma iniciativa das moradoras e moradores do bairro da Cascatinha, que tem como objetivo a retomada e também uma homenagem às diversas iniciativas culturais históricas de resistência que surgiram, existiram e perpetuaram tradições e criações das comunidades afro-brasileiras na cidade de Poços de Caldas, a partir deste território.
O evento é organizado por importantes mulheres da comunidade, como Sônia Cesário e sua família. Tia Sônia, como é conhecida por muitas pessoas da região, além de Mãe de Santo no Candomblé e Benzedeira, é uma importante liderança cultural que esteve à frente, a partir das gerações anteriores de sua família, das atividades culturais do carnaval por mais de cinquenta anos. Além disso, o protagonismo da sua família e da comunidade está presente nas iniciativas culturais de matrizes africanas como a Congada e nas raízes do samba.
Tia Sônia conta que a ideia da criação do grupo Afoxé Memórias da Resistência surgiu no ano passado, a partir da Mãe Ana (Ana Maria de Paula Cruz, presidente da Associação Afro Ancestral de Poços de Caldas). “Para este ano, a nossa expectativa é a melhor possível. Estamos mais organizados, os percussionistas vão sair todos de branco e as meninas vão de estampado, como os grupos de afoxé da Bahia. Tenho certeza que a tendência do grupo é crescer cada vez mais e quem quiser acompanhar é muito bem-vindo”, destaca. A iniciativa conta com apoio da Associação Afro Ancestral de Poços de Caldas.
Grupos comunitários de música e dança na rua são formas da movimentar culturalmente o território e de homenagear antigas iniciativas como o Grupo de Afoxé Ilê Aiê Dandara, o espaço e grupo cultural Quilombo dos Palmares e a trajetória de todas as comunidades sambistas da cidade, como a Vivaldinos da Vivaldi.