O Brasil, país de dimensões continentais e diversidades culturais, sociais e econômicas marcantes, enfrenta desafios complexos que refletem diretamente na qualidade de vida de sua população. Um dos indicadores dessa realidade é a expectativa de vida, que, conforme revelado pelo primeiro Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras, lançado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), apresenta discrepâncias alarmantes que podem chegar a 15 anos entre diferentes capitais.
Este estudo inédito lança luz sobre as disparidades profundas dentro do país, utilizando 40 indicadores nas áreas de educação, saúde, renda, habitação e saneamento, comparando as 26 capitais brasileiras. A variação da expectativa de vida – de 57 anos em Boa Vista a 72 anos em Belo Horizonte e Porto Alegre – é um reflexo contundente da desigualdade que permeia a sociedade brasileira, não apenas em termos de acesso a serviços básicos e qualidade de vida, mas também nas oportunidades de desenvolvimento pessoal e coletivo.
O Mapa da Desigualdade serve, portanto, como um chamado à ação para políticas públicas mais eficazes e equitativas. A discrepância de 15 anos na expectativa de vida sinaliza que as políticas de saúde, educação, saneamento e habitação necessitam ser mais inclusivas e direcionadas para as regiões e populações mais vulneráveis. Este estudo destaca a urgência de se repensar as estratégias de desenvolvimento e investimento em todo o país, visando uma distribuição mais equânime de recursos e oportunidades.
O caminho para diminuir as disparidades internas é árduo e complexo, mas é também uma obrigação inadiável para com as futuras gerações. O Mapa da Desigualdade entre as capitais brasileiras é um ponto de partida crítico para entender as dimensões desses desafios e para mobilizar todos os setores da sociedade na busca de soluções. Somente com compromisso, inovação e solidariedade poderemos aspirar a um Brasil onde cada cidadão tenha a oportunidade de viver uma vida plena e saudável, independentemente de sua origem geográfica.