Meteroric, empresa que desenvolve projeto de terras-raras, construirá planta-piloto
Belo Horizonte, MG – A Meteoric Resources, empresa australiana que está desenvolvendo um projeto de terras-raras no Sul de Minas Gerais, construirá uma planta-piloto ainda neste ano para testar o minério extraído dos depósitos de Poços de Caldas e Caldas já em 2025. A mineradora ainda não definiu em qual dos dois municípios o empreendimento será construído, pois está avaliando a melhor opção do ponto de vista econômico e para o licenciamento ambiental. As informações foram fornecidas pelo diretor-executivo da Meteoric, Marcelo de Carvalho.
Ele também revelou ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, jornal da área econômica, em Belo Horizonte, que a companhia protocolou, nesta semana, o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do projeto Caldeira. Segundo o gestor, o Estudo de Pré-Viabilidade Econômica do empreendimento de terras-raras, estimado para entrar em operação comercial daqui a três anos, foi concluído. Carvalho afirmou que os licenciamentos ambientais estão dentro do cronograma previsto pelo grupo. A expectativa é que a licença prévia seja concedida até o fim de 2024 e a licença de instalação no quarto trimestre do próximo exercício. “Com isso, teremos um ano e meio para construir e, em 2027, colocar no mercado nosso primeiro produto. Esse é o objetivo.”
As perspectivas do dirigente são as melhores. Ele menciona que o projeto está sendo desenvolvido rapidamente graças a parcerias, incluindo o governo estadual, por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas). Outro fator que está contribuindo, segundo o executivo, é a qualidade dos depósitos minerais. Ele enfatiza que as jazidas de Poços de Caldas e Caldas, além de outras encontradas em Minas Gerais, são as melhores globalmente em termos de teor dos minérios e recuperação metalúrgica, e serão as maiores em toneladas produzidas. Apenas o empreendimento da Meteoric deverá ser responsável por produzir mais de seis mil toneladas anuais de óxido de terras-raras.
Carvalho espera que o cronograma do empreendimento seja cumprido e o Caldeira se torne a próxima mina de terras-raras do mundo e a mais sustentável, colocando o Estado de Minas Gerais como um dos maiores, possivelmente o maior produtor mundial deste tipo de mineral.
Investimentos e geração de empregos – A mineradora australiana pretende investir mais de R$ 1 bilhão, ao longo de três anos, na extração de argila iônica em terras-raras em Minas Gerais. Conforme o executivo, durante a fase de construção do empreendimento, mais de 900 empregos devem ser gerados. Já na etapa de operações, a previsão é que sejam criados de 500 a 600 postos de trabalho diretos.
Vale lembrar que o projeto da Meteoric no Estado ganhou um reforço no caixa no fim do ano passado, com a venda de um projeto de ouro da empresa no Mato Grosso para a Keystone Resources, por US$ 17,5 milhões. Na época, Carvalho destacou que, com o capital proveniente da transação, o grupo teria mais recursos para investir na exploração das terras-raras.
Venda de parte da produção
No início deste mês, a Meteoric anunciou que venderá parte da futura produção do Caldeira para a Neo Performance Materials. As empresas assinaram um memorando de entendimento (MoU) não vinculativo que prevê a retirada de três mil toneladas métricas (MT) de óxido de terras-raras totais por ano do empreendimento. Os materiais serão utilizados para abastecer a planta de fabricação de ímãs permanentes de elementos raros do grupo canadense na Europa. A mineradora informou que espera que o prazo do acordo se estenda até que sejam destinadas 30 mil toneladas métricas, com cláusula de renovação habitual para termos subsequentes.
Texto publicado por Thyago Henrique – Jornal Diário do Comércio – BH – Edição de 18/05/24 – Foto: Divulgação