Realidade
A persistente realidade enfrentada pelo empresariado brasileiro é um reflexo da complexidade e dos desafios do nosso mercado. Recentemente, uma pesquisa da BigDataCorp, que realiza estudos abrangentes em toda a América Latina, revelou que a maioria das empresas no Brasil não consegue sobreviver por mais de três anos. Este dado traz à tona a fragilidade do ambiente empresarial em nosso país, destacando a necessidade urgente de políticas mais eficazes para fomentar e sustentar o empreendedorismo.
Em 2023, o Brasil registrou um saldo positivo de 2,1 milhões de empresas, com a abertura de 3,9 milhões de novos negócios e o fechamento de 1,8 milhão de empreendimentos. Embora o número de empresas em atividade tenha aumentado para 21,8 milhões, a taxa de mortalidade empresarial ainda é alarmante. A pesquisa apontou uma queda no saldo positivo de novas empresas desde a pandemia, um período que intensificou as dificuldades já enfrentadas pelos empreendedores.
O dado mais impactante é a taxa de fechamento após dez anos de atividade: 99,92%. Este índice revela que praticamente todas as empresas abertas não conseguem sustentar suas operações por uma década. Tal cenário evidencia os obstáculos burocráticos, a alta carga tributária, a dificuldade de acesso ao crédito e a instabilidade econômica que os empresários enfrentam diariamente.
A resiliência e a inovação são características intrínsecas ao empreendedor brasileiro, mas, para que o cenário mude, é imprescindível a implementação de políticas públicas que simplifiquem processos, incentivem a formalização e ofereçam suporte financeiro e técnico. Investir na educação empreendedora e na capacitação de gestores também é crucial para que esses novos negócios possam se desenvolver de maneira sustentável.
Em suma, é fundamental que o país olhe com atenção para o empreendedorismo, não apenas como motor econômico, mas como elemento central para a geração de emprego e renda. Um ambiente mais acolhedor e favorável aos negócios é essencial para transformar a realidade atual e garantir que mais empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem no Brasil.