Candidatas
O recente levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado em 30 de agosto, traz à tona uma realidade que, embora em transformação, ainda apresenta desafios significativos para a igualdade de gênero na política brasileira. O estudo revela que, nas eleições municipais de outubro, apenas 15% dos candidatos registrados são mulheres, com 2.311 candidatas concorrendo à prefeitura em 1.947 municípios.
Esse número, embora indique um crescimento na participação feminina, expõe uma disparidade persistente: em apenas 35% das cidades há mulheres na disputa, enquanto os homens estão presentes em 98% dos municípios.
Esse cenário reflete as barreiras culturais e estruturais que as mulheres ainda enfrentam para acessar espaços de poder. A sub-representação feminina é um indicativo de que, apesar dos avanços, a política brasileira ainda está longe de alcançar a paridade de gênero.
Em um país onde as mulheres compõem mais de 50% da população, sua participação política deveria ser igualmente expressiva.
O aumento gradual do número de candidatas é positivo, mas insuficiente. É essencial que políticas públicas e iniciativas de incentivo continuem a ser implementadas, não apenas para aumentar a presença feminina, mas para garantir que essa presença seja efetiva e influente. A sociedade deve se conscientizar da importância de ter mais mulheres em cargos de liderança, e os partidos políticos precisam assumir a responsabilidade de promover candidaturas femininas de forma mais ampla e consistente.
O fortalecimento da participação feminina na política é crucial para a construção de uma democracia mais justa e representativa. À medida que nos aproximamos das eleições de outubro, é fundamental que o debate sobre a equidade de gênero seja ampliado, e que as mulheres sejam encorajadas e apoiadas em sua jornada política. A mudança é lenta, mas necessária, e cabe a todos nós contribuir para que ela se acelere.