Os números de violência contra crianças e adolescentes no Brasil entre janeiro e novembro deste ano são um grito de alerta que não pode ser ignorado. Com 263,5 mil denúncias registradas, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o dado revela uma triste realidade: os mais vulneráveis, nossas crianças e adolescentes, são as maiores vítimas dessa grave violação de direitos.
O volume de registros, que ultrapassa 20 mil casos em quase todos os meses do período, demonstra a gravidade e a persistência do problema. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia lideram o ranking, refletindo que a questão não se limita a uma região específica, mas é um problema estrutural, presente em todo o território nacional.
A violência contra crianças e adolescentes assume diversas formas – negligência, abuso físico, psicológico ou sexual – e os impactos vão muito além das estatísticas. Cada número representa uma infância roubada, uma família devastada e uma sociedade que falha em proteger os seus.
A pandemia pode ter intensificado a exposição de muitas crianças a ambientes domésticos inseguros, mas os números mostram que este é um problema enraizado há muito tempo.
O enfrentamento dessa realidade exige ação imediata e integrada. É imperativo fortalecer as redes de proteção, aumentar os investimentos em programas de conscientização e criar canais de denúncia mais acessíveis e eficazes. Paralelamente, a responsabilização de agressores deve ser rigorosa, para que casos de violência não fiquem impunes.
Além disso, precisamos incentivar a sociedade a assumir sua responsabilidade coletiva. Falar sobre o tema, reconhecer sinais de abuso e denunciar são atitudes que salvam vidas.