A pesquisa divulgada pela Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados revela um panorama importante sobre a percepção dos brasileiros quanto à regulação das redes sociais. Com 60% da população favorável a algum tipo de regulação, o debate ganha força e destaca a necessidade de equilibrar o combate à desinformação e às práticas abusivas sem comprometer a liberdade de expressão.
Os dados revelam que, dentro desse grupo favorável, 30% só apoiam a regulação se ela não limitar a liberdade de expressão, enquanto 28% defendem a regulação mesmo que, em alguns casos, isso possa restringir a manifestação individual. Os contrários à regulação representam 29%, enquanto 12% não manifestaram opinião.
Essa divisão de opiniões reflete um dilema global. A proliferação de fake news, discursos de ódio e manipulações digitais geram preocupações legítimas sobre os impactos das redes sociais na sociedade. Por outro lado, a liberdade de expressão é um pilar essencial da democracia, e qualquer regulação precisa evitar censura ou controle excessivo.
O Brasil já discute formas de legislação que possam garantir maior responsabilidade das plataformas digitais sobre o conteúdo disseminado. Contudo, a solução precisa ser construída com diálogo entre governo, sociedade civil, setor tecnológico e especialistas para que não haja retrocessos democráticos.
O levantamento da Nexus, que ouviu 2 mil pessoas em todas as unidades da Federação entre 10 e 15 de janeiro, mostra que o tema é de interesse nacional e deve ser debatido com responsabilidade. O grande desafio é estabelecer regras claras e justas que coibam abusos sem sufocar a livre troca de ideias. O futuro da comunicação digital depende desse equilíbrio.