Nos últimos 22 anos, o Brasil registrou avanços significativos na educação superior, mas continua enfrentando desafios estruturais na educação básica. Dados do IBGE revelam que, entre 2000 e 2022, a parcela da população com diploma universitário triplicou, passando de 6,8% para 18,4%. Por outro lado, a conclusão do ensino fundamental ainda é um obstáculo, com 35% dos adultos brasileiros não completando essa etapa.
Esse cenário reflete uma contradição preocupante. Enquanto mais brasileiros têm acesso ao ensino superior, um grande contingente da população não conclui a formação básica, essencial para a qualificação profissional e para a ampliação das oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
Os dados demonstram que, apesar do crescimento das universidades e da ampliação das vagas no ensino superior, as deficiências na base da educação brasileira persistem. Fatores como evasão escolar, desigualdade social, acesso precário à educação de qualidade e falta de investimentos adequados contribuem para a permanência desse quadro.
Superar esse desafio exige um compromisso amplo e duradouro. Investir na educação básica, com políticas públicas voltadas à permanência dos alunos na escola, formação de professores e melhoria da infraestrutura escolar, é essencial para garantir que a progressão educacional seja mais equitativa.
Sem um ensino básico sólido e inclusivo, o crescimento do ensino superior se torna um privilégio restrito a poucos, perpetuando desigualdades e limitando o potencial do país. É hora de reforçar o compromisso com uma educação acessível, de qualidade e para todos.