Poços de Caldas, MG – O Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (COMPIRÉ) de Poços de Caldas vai realizar evento em comemoração ao Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, celebrado em 21 de março. Em Poços de Caldas, as atividades serão realizadas das 14h às 22h, na Praça Dom Pedro II.
O evento tem como objetivos salvaguardar as tradições de raiz africana na cidade, dar visibilidade às diversas manifestações e reverenciar a ancestralidade do povo negro. A data foi celebrada pela primeira vez em Poços e em todo o país no ano de 2023. A programação vai contar com a participação de representantes de religiões de matriz africana no município.
A Lei Federal 14.519/23, que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 21 de março, foi sancionada em 6 de janeiro de 2023. A data coincide com o marco escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para, anualmente, instalar uma rede intercontinental de conscientização pelo Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data foi escolhida pela ONU em 1966, em memória das 69 vítimas do massacre de Sharpeville, bairro negro da África do Sul.
A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (COMPIRÉ), Maria Augusta Clementino, destaca que o objetivo é dar visibilidade para as tradições de matriz africana. “Esta será a terceira edição desse evento de resistência, luta e fé. Nosso objetivo é que a população participe para fortalecer o reconhecimento e a valorização das tradições e culturas de matriz africana, combatendo a desinformação e o preconceito”, enfatiza.
O evento é uma realização do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial e Étnica, que visa desenvolver ações voltadas para o combate ao racismo, ao preconceito, às discriminações raciais e, sobretudo, às desigualdades econômicas, sociais, políticas e culturais. A iniciativa conta com apoio da Prefeitura.
Histórico
De acordo com a Agência Senado, o candomblé surgiu no continente africano, na região onde hoje se situa a República Federal da Nigéria, e acompanhou as inúmeras levas de escravizados que aportaram o solo brasileiro no século XVI. Proibida e discriminada por séculos, com seus praticantes tendo sofrido prisões e perseguições, a religião fez uso do sincretismo como forma de legitimação, associando os orixás aos santos católicos. Cada um dos orixás possui características e preferências específicas, como danças, comidas, cores, instrumentos e saudações. Os rituais são vivenciados em locais conhecidos como terreiros, casas ou roças. A liderança de cada um dos locais pode ser matriarcal, com a figura das ialorixás (ou mães de santo), ou patriarcal, onde exercem a liderança os babalorixás (ou pais de santo). Há ainda os locais de prática que admitem liderança mista.
Serviço:
Dia Nacional
das Tradições das
Raízes de Matrizes
Africanas e Nações
do Candomblé
Data: 21 de março –
sexta-feira
Horário:
das 14h às 22h
Local:
Praça Dom Pedro II