O descontrole fiscal e a insegurança jurídica que marcam o cenário brasileiro têm produzido efeitos cada vez mais nocivos à economia. Uma das consequências mais alarmantes é a evasão de divisas do país, fenômeno que, no primeiro trimestre de 2025, alcançou proporções históricas. Entre janeiro e março, o Brasil registrou a saída de US$ 15,8 bilhões – a maior fuga de dólares já computada para um primeiro trimestre, superando até mesmo o período crítico da pandemia de covid-19, em 2020.
Esse dado alarmante, divulgado pelo Banco Central, serve como termômetro da confiança do investidor estrangeiro e nacional em relação ao ambiente econômico e institucional do país. A retirada massiva de dólares do Brasil evidencia não apenas o receio com as perspectivas econômicas, mas também a instabilidade jurídica e política que fragiliza contratos, normas e decisões estratégicas de médio e longo prazo.
A fuga de capitais pressiona o câmbio, encarece importações, aumenta o custo de vida e compromete a atratividade do Brasil como destino de investimentos produtivos. Para um país que busca retomar o crescimento sustentado, gerar empregos e reduzir desigualdades, esse movimento representa um retrocesso com implicações duradouras.
É preciso reconhecer que a confiança é um ativo essencial à economia moderna. Sem estabilidade fiscal, segurança jurídica e previsibilidade nas políticas públicas, não há ambiente favorável para o investimento.